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    Em tom de campanha, presidente do BNDES defende ampliar investimentos

    TAÍS HIRATA
    DE SÃO PAULO

    11/12/2017 12h22

    Bruno Rocha /Fotoarena/Folhapress
    SÃO PAULO, SP - 04.12.2017: PAULO RABELLO DISCURSA EM EVENTO EM SP - O presidente do BNDES Paulo Rabello de Castro discursou durante evento da Câmara Americana de Comércio (AMCHAM) em São Paulo, na manhã desta segunda-feira (04). (Foto: Bruno Rocha /Fotoarena/Folhapress) ORG XMIT: 1441965 ***PARCEIRO FOLHAPRESS - FOTO COM CUSTO EXTRA E CRÉDITOS OBRIGATÓRIOS***
    O presidente do BNDES, Paulo Rabello de Castro, em evento da Câmara Americana de Comércio

    Em discurso com forte tom de campanha eleitoral, o presidente do BNDES, Paulo Rabello de Castro, filiado ao PSC, afirmou que aqueles que não são "carimbados" como políticos precisam contribuir para o debate das eleições de 2018, em evento em São Paulo, da Aner (Associação Nacional de Editores de Revistas).

    Ao ser interpelado por um membro da plateia pedindo sua candidatura –o que rendeu uma salva de palmas da plateia– não negou.

    "Para de falar, se não vai me dar problema", disse ele, rindo. "O que precisamos ter é ideia e planos. Estamos tentando falar para todos", afirmou em seguida.

    Após o discurso, em conversa com jornalistas, Rabello falou que "não está confirmando nada, a não ser sua participação como presidente do BNDES no debate" e disse que, neste momento, não devemos "fulanizar candidaturas".

    "O Brasil tem que buscar ideias. Muitas vezes um futuro candidato ainda vai ser brindado por uma ideia boa que, quem sabe, o BNDES pode apresentar em seu plano estratégico, que pretendemos entregar a todos os candidatos."

    Durante sua apresentação, defendeu que o Brasil precisa de uma "revolução para distribuir capital".

    "Há uma redistribuição negativa do setor que produz e que tem que ter capital de giro, versus uma parte selecionada da sociedade que vive de emprestar recursos."

    O presidente do banco de fomento também destacou a importância de ampliar os investimentos do Estado e de reduzir as despesas de custeio, como salários e auxílios.

    "A próxima discussão federal terá que ser com alguém que garanta investimentos. Hoje somos um país de cabeça para baixo, começamos pagando todos os malandros, privilegiados, juízes, desembargadores e outros, porque está na lei."

    O presidente ainda falou sobre reforma tributária, sugerindo a unificação de impostos como PIS, COFINS, ISS e ICMS, sem alterar a distribuição atual entre municípios, Estados e União.

    "Seria uma simplificação homérica. O presidente Temer tem equipe trabalhando com isso, justamente com um jurista que trabalhava com a gente. Pode-se dizer que é também uma iniciativa nossa. Estamos atuando para que o presidente possa botar [a reforma tributária] no primeiro semestre do ano que vem."

    Sobre a reforma da Previdência, disse que acredita que a proposta pode passar, e que não se pode descartar a capacidade de articulação política do presidente Temer. "É uma reforma sensível, mas não é galinha morta", disse.

    Rabello ainda criticou as especulações sobre economistas de candidatos. "Se o economistas não estiver, faz o que? Ter que ter a conta feita. [Economia] não é coisa que possa ser improvisada."

    DEVOLUÇÃO DE RECURSOS

    Em relação à devolução de recursos ao Tesouro, ele disse que "certamente ela vai acontecer, só não acontecerá nesta ou naquela proporção".

    O tema ainda será debatido no conselho de administração do BNDES e no TCU (Tribunal de Contas da União), diz ele.

    No entanto, criticou a devolução, que reduz os recursos destinados a investimentos. "Nós não podemos ser o Brasil da devolução. Vamos pensar em aplicação de recursos, em investimento. A devolução deste ano já foi feita, de R$ 50 milhões, e a do ano que vem será feita na justa medida."

    JBS

    No evento, ele ainda criticou "ataques" feitos ao banco de fomento, investigado por ter supostamente favorecido a JBS com concessão de recursos, via BNDESPar.

    "É muito fácil enxovalhar e deixar apenas um rastro de negatividade. Não vale a pena encontrar falsos culpados", disse, ressaltando que foram feitas apurações dentro do banco e que nada foi encontrado.

    Em relação aos planos do banco de vender suas participações em grandes grupos privados, Rabello diz que, a princípio, "todas serão analisadas e são passíveis de venda".

    "O BNDESPar não está só fazendo um plano de desinvestimento, é um plano de investimentos. Para fazer isso, tem que antes desinvestir em aplicações maduras, só isso. Todas serão examinadas igualmente. Não há preconceito nem contra, nem a favor."

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