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    Após mudanças no cartão de crédito, BC estuda alterações no débito

    MAELI PRADO
    DE BRASÍLIA

    13/12/2017 13h28

    Patricia Stavis/Folhapress
    Ilan Goldfajn, presidente do Banco Central
    Ilan Goldfajn, presidente do Banco Central

    O presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, afirmou nesta quarta-feira (13) que, após as medidas que reduziram as taxas de juros no cartão de crédito, tomadas neste ano, a autoridade monetária estuda mudanças no cartão de débito.

    De acordo com o presidente do BC, foi criado um grupo de estudo para pesquisar o tema, com a possibilidade de estímulo ao uso do cartão de débito e a redução do custo para o lojista.

    "Estamos formando um grupo de estudo para pensar em como incentivar esse instrumento, se o custo é adequado. Acreditamos que é um instrumento válido, que pode economizar meios de pagamento em espécie. Ainda está no início".

    O BC, ainda segundo Goldfajn, está realizando estudos sobre o que classificou como "nível estrutural" do compulsório (depósitos que os bancos são obrigados a deixar recolhidos no BC, ou seja, que não podem emprestar livremente).

    "O objetivo é a redução do custo estrutural do compulsório. Não pensar como medida de política monetária, mas pensar de forma estrutural. A ideia é ir para baixo, não ficar para cima nem ficar parado", disse.

    BOLHA E PIRÂMIDE

    Goldfajn declarou ainda que o risco de bolha de moedas virtuais, como o bitcoin, é elevado e que essa ameaça é comparável às dos esquemas de pirâmides, em que o ganho inicial é muito alto com quedas no futuro.

    "Hoje essas moedas têm duas funcionalidades. Primeiro, comprar e vender para frente, e aproveitar a subida se ocorrer. É a típica bolha, pirâmide, que em algum momento vai subir e depois voltar. Não é algo que devemos dar suporte", declarou.

    O presidente do BC, que participou nesta manhã de café da manhã com jornalistas, declarou ainda que as moedas virtuais são usadas como "instrumentos de atividades ilícitas".

    A autoridade monetária já havia alertado no mês passado para o risco de usar as moedas virtuais como forma de investimento.

    O alerta foi para a possibilidade de perda de todo o capital investido, já que a variação de preços é alta e está sujeita "a riscos imponderáveis", afirmou a autarquia.

    "[As criptomoedas] não são emitidas nem garantidas por qualquer autoridade monetária, por isso não têm garantia de conversão para moedas soberanas, e tampouco são lastreadas em ativo real de qualquer espécie, ficando todo o risco com os detentores", disse a nota.

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