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    Emilio Odebrecht antecipa para abril sua saída da companhia

    MARIO CESAR CARVALHO
    DE SÃO PAULO

    15/12/2017 13h07 - Atualizado às 14h23

    Reprodução
    Emilio Odebrecht antecipa saída da empresa
    Emilio Odebrecht antecipa saída da empresa

    O presidente do conselho de administração do grupo Odebrecht, Emilio Odebrecht, 72, anunciou da manhã desta sexta-feira (15) em Salvador (BA) que está antecipando a sua saída do cargo para abril do próximo ano.

    Pelo acordo de delação que assinou com a Procuradoria Geral da República, ele teria direito a continuar no conselho de administração até o final do ano. Depois, começaria a cumprir quatro anos de prisão domiciliar.

    Nesse período, ele não terá de ficar trancado em casa, como ocorrerá com o seu filho, Marcelo Odebrecht.

    Nos dois primeiros anos, o patriarca da Odebrecht terá de sair às 6h, voltar para casa às 22h de segunda a sexta e não pode sair nos fins de semana.

    Nos dois anos seguintes, ele terá de ficar em casa apenas nos finais de semana.

    A Procuradoria e o Departamento de Justiça dos EUA aceitaram que Emílio continuasse no cargo até o fim de 2018 pela sua capacidade de ajudar a reestruturar a companhia. Essa missão, de acordo com executivos da Odebrecht, será cumprida nos próximos quatro meses.

    Segundo o empresário, sua saída tem a função de acelerar a profissionalização da empresa.

    O sucessor de Emílio na Presidência do conselho de administração não foi anunciado no encontro entre executivos do grupo, mas deve ser Newton de Souza, que foi presidente do grupo, segundo a Folha apurou.

    De acordo com as novas regras de governança da Odebrecht, familiares não podem mais ocupar cargos de direção na companhia.

    A empresa adotou também critérios de companhias abertas, apesar de ser uma empresa de capital fechado: 20% dos conselheiros serão independentes e a idade limite para ocupar o cargo é de 75 anos.

    O filho de Emilio, Marcelo Odebrecht, deixa a prisão na próxima terça (19) e é motivo de preocupação dentro do grupo, por considerar que o acordo assinado contém uma série de injustiças contra ele.

    O presidente do conselho tentou passar otimismo aos 200 executivos do grupo que se reuniram em Salvador: "Estamos atravessando os momentos finais da mais aguda e duradoura crise que jamais enfrentamos. Crise tão profunda que nós não podemos perder a oportunidade de aprender com ela, e sairmos mais unidos e mais fortalecidos".

    Ele voltou a defender que a Odebrecht um novo comportamento nos negócios: "Hoje temos consciência de que atuar com ética, integridade e transparência é fundamental para sobrevivermos e voltarmos a crescer. É uma demanda dos nossos Clientes e das sociedades onde estamos presentes".

    A Odebrecht passa por uma crise depois que fez o acordos de delação e leniência, no qual se comprometeu a pagar uma multa de cerca de R$ 8 bilhões. O grupo já vendeu uma empresa, a Odebrecht Ambiental, e unidades de negócios. A dívida bruta do grupo soma R$ 90 bilhões.

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