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    Qual criptomoeda é segura, qual mais valorizou e qual é pirâmide?

    NATÁLIA PORTINARI
    DE SÃO PAULO

    18/12/2017 11h21

    Karen Bleier/AFP
    Mundo dos ativos digitais vai além do bitcoin e tem perigos para investidores
    Mundo dos ativos digitais vai além do bitcoin e tem perigos para investidores

    Criptomoedas são ativos digitais. Da mesma forma que alguém troca ouro, selos ou tulipas, é possível trocar códigos.

    Estes são criados em um processo chamado "mineração", no qual computadores resolvem quebra-cabeças para encontrar novas "moedas". Existe um número finito de soluções para esses problemas. Assim, a criptomoeda tem escassez, o que agrega valor para quem quer comprar.

    Abaixo, há alguns exemplos de criptomoedas e das propostas por trás da criação de cada uma delas. Todas são investimentos de alto risco, já que o preço pode cair 100% a qualquer momento.

    É importante lembrar que, quanto menos "moedas" de um tipo específico estão em circulação, sejam bitcoins ou outros tipos ("altcoins"), maior o risco de uma transação grande afetar o mercado, abalando o preço daquele ativo.

    Abaixo, as criptomoedas que existem...

    BITCOIN

    Seu trunfo tecnológico é um sistema chamado "blockchain" ("cadeia de blocos"). É um registro público, impossível de ser alterado, das transações feitas na moeda, que garante segurança ao sistema.

    O bitcoin foi a primeira criptomoeda, e hoje é a mais cara e mais popular. Devido à demanda, as transações podem demorar dias, e as taxas cobradas pelas corretoras são mais caras

    Criação: jan.2009
    Variação de preço (2017): 17,9 vezes

    BITCOIN CASH

    O bitcoin cash foi um derivado que se separou do bitcoin. Esse tipo de separação ("hard fork") acontece quando há uma mudança no protocolo de uma tecnologia tão drástica que exige que aquele código seja renomeado —ou seja, o novo protocolo perde a "natureza" de bitcoin. O bitcoin cash tem uma capacidade de comportar transações maior que o bitcoin comum

    Criação: ago.2017
    Variação de preço (2017): 3,4 vezes

    MONERO

    O monero foi criado com foco na privacidade. Diferentemente do bitcoin, que tem uma identidade única, cada monero é igual a outro e pode ser trocado por uma unidade do mesmo valor. Outra diferença é que o "blockchain" usado por essa criptomoeda não é rastreável, o que ajuda a ocultar transações. É a mais fácil de utilizar para fins escusos, como comprar drogas e armas

    Criação: abr.2014
    Variação de preço (2017): 23,3 vezes

    ETHER

    O Ethereum tornou o sistema de "blockchain" mais simples e mais eficiente. Sua promessa é revolucionar o setor de serviços e finanças com essa tecnologia, garantindo previsibilidade e segurança aos softwares. Na base desses sistema está a segunda moeda mais popular depois do bitcoin

    Criação: jul.2015
    Variação de preço (2017): 82,9 vezes

    IOTA

    É controversa por não contar com o "blockchain", que é o que torna o bitcoin seguro. A ideia por trás do IOTA é que a moeda pudesse ser usada para um "mercado de dados descentralizado", uma ideia que ninguém sabe muito bem o que é, mas que supostamente teria o apoio da Microsoft.

    Por isso, a moeda valorizou oito vezes desde novembro, mas seu preço caiu 15% quando seus criadores tiveram que esclarecer, na última quarta-feira (13), que a parceria com Bill Gates não é oficial.

    Em agosto, pesquisadores do MIT (Instituto de Tecnologia do Massachusetts) descobriram uma falha de segurança na criptografia da moeda, que já foi corrigida

    Criação: jun.2016
    Variação de preço (2017): 7,2 vezes

    LITECOIN

    É quase idêntico ao bitcoin, com um sistema mais complexo de mineração. Os criadores afirmam que o litecoin processa as transações quatro vezes mais rápido que o bitcoin. Valorizou bruscamente em 2017, especialmente com o movimento dos últimos meses de popularização maior das altcoins

    Criação: out.2011
    Variação de preço (2017): 69,2 vezes

    RIPPLE

    O ripple é um sistema usado por bancos como UniCredit, UBS e Santander. Eles não usam a moeda em si, e sim a tecnologia por trás dela. A finalidade é efetuar transações internacionais e câmbio. O ripple tem o terceiro maior valor de mercado das criptomoedas, atrás do bitcoin e do ethereum, respectivamente

    Criação: 2012
    Variação de preço (2017): 119,3 vezes

    DASH

    O dash funciona com uma tecnologia peer-to-peer, ou seja, com uma conexão de um dispositivo para outro. Não é descentralizado como o bitcoin. Quando foi lançado, devido a um bug, foi minerado 10% do estoque de dash disponível, o que causou uma distorção nos preços, que começaram muito baixos

    Criação: jan.2014
    Variação de preço (2017): 79,8 vezes

    ...e as que não existem

    Alguns golpistas vem montando esquemas de pirâmide com criptomoedas falsas, nos quais a "moeda" é apenas uma desculpa, um produto sem valor. A vítima paga para participar e ganha comissão se trouxer mais clientes, mas os retornos são incertos.

    Por isso, pagar por uma ICO (oferta inicial de moeda) pode ser um mau negócio, já que muitas das "moedas" anunciadas nem sequer têm a tecnologia necessária para funcionar.

    No começo de dezembro, a SEC (comissão de valores mobiliários dos Estados Unidos), que criou um departamento para fiscalizar esse tipo de infração, impediu a ICO da PlexCoin, que queria levantar US$ 15 milhões e "prometia" retornos de 1.000%.

    Abaixo, uma lista de "criptomoedas" comprovadamente falsas, cuja única função era encher o bolso de seus criadores.

    ONECOIN

    KRIPTACOIN

    SWISCOIN

    PLATIN COIN

    PLEXCOIN

    ADSCOIN

    *

    Para acompanhar os preços e valor de mercado, há sites como Coin Market Cap e CoinDesk. As maiores corretoras no Brasil são Foxbit e Mercado Bitcoin.

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