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    Fundação da Ambev compra 15,3% da Itaúsa em operação de R$ 4,5 bilhões

    JOANA CUNHA
    DE SÃO PAULO
    NICOLA PAMPLONA
    DO RIO

    15/12/2017 20h04 - Atualizado às 20h21

    Rogério Assis/Folhapress
    Sistema de fabricação a partir de gotas de vidro em planta da Ambev no Rio de Janeiro (RJ)
    Sistema de fabricação a partir de gotas de vidro em planta da Ambev no Rio de Janeiro (RJ)

    A Fundação Antonio e Helena Zerrenner comprou nesta sexta-feira (15) um lote de 15,3% das ações ordinárias da Itaúsa, em um negócio que envolveu R$ 4,5 bilhões.

    A aquisição foi feita via fatia de 5,76% pela Petros, fundo de pensão da Petrobras, de acordo com dados da Bloomberg. A Petros tinha cerca de 432 milhões de papéis ordinários da Itaúsa. A operação totalizaria R$ 4,5 bilhões.

    Foi a segunda grande venda de ativos da fundação, que passa por um difícil processo de cobertura de deficit, nesta semana.

    Em nota, a Petros admitiu que o resultado da operação ficou abaixo da meta de rentabilidade de seus investimentos, mas diz que a operação garante maior flexibilidade para buscar ativos mais adequados ao seu principal plano.

    A participação foi adquirida em 2010 e, com a venda das ações a R$ 10,50, cada, a rentabilidade do ativo foi de 55,91%. A meta no período era de 126,39%.

    "A venda da Itaúsa está em linha com as diretrizes estabelecidas na política de investimentos do PPSP (Plano Petros do Sistema Petrobras, o mais antigo e problemático plano da fundação)", afirmou o presidente da Petros, Walter Mendes.

    Com um déficit acumulado de R$ 27 bilhões até 2015, o PPSP passará por um processo de equacionamento, no qual empregados e empresas patrocinadoras são chamados a dar contribuições extraordinárias para cobrir o rombo.

    O investimento na Itaúsa foi objeto de uma comissão interna de apuração da Petros para investigar como foi o processo de decisão para a aquisição das ações. A fundação informou que os resultados foram encaminhados às autoridades, mas não indicou se há suspeita de irregularidades.

    Na terça (12), a Petros vendeu sua fatia de 24,75% no FIP (Fundo de Investimentos em Participações) Florestal, que controla a Eldorado Celulose. A operação, que rendeu R$ 665,7 milhões, seguiu o objetivo de sair de ativos com menor liquidez.

    O investimento no FIP Florestal também estava concentrada no PPSP, mas a fundação disse que sua venda não teria impacto no processo de equacionamento, já que este está restrito ao déficit acumulado até 2015.

    ITAÚSA

    A operação garantiu à Fundação Antonio e Helena Zerrenner um assento no conselho de administração da Itaúsa.

    A Fundação é uma das maiores acionistas da Ambev, com 10,2% das ações ordinárias da cervejeira.

    A instituição foi criada em 1936 para prestar assistência médica, hospitalar e educacional a empregados e familiares de sua patrocinadora, que inicialmente era a Antarctica e, a partir de 1999, a Ambev.

    Segundo a instituição, em 2016, seus programas médico-hospitalares beneficiaram mais de 80.000 pessoas, enquanto que na área educacional atendeu cerca de 22 mil alunos, por meio de estrutura própria, bolsas de estudo e material escolar.

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