• Mercado

    Tuesday, 07-May-2024 20:18:41 -03

    Ainda não há plano B para volta do reajuste de servidores, diz Meirelles

    MAELI PRADO
    MARIANA CARNEIRO
    DE BRASÍLIA

    19/12/2017 12h34

    Pedro Ladeira/Folhapress
    Ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, se reuniu com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ)
    O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles

    O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, admitiu nesta terça-feira (19) que há poucas opções para contornar a decisão do ministro Ricardo Lewandowski, do STF (Supremo Tribunal Federal), que suspendeu o cancelamento do reajuste e o aumento da contribuição previdenciária dos servidores.

    Meirelles disse que a pasta está analisando a questão com a AGU (Advocacia-Geral da União), mas lembrou que a última sessão do plenário do Supremo acontece nesta terça. Admitiu que, por enquanto, a equipe econômica não tem um plano B para compensar o impacto de R$ 6,6 bilhões para os cofres públicos.

    "É uma liminar do ministro do Supremo, que a AGU está verificando agora o que é possivel fazer em termos de recursos, o que pode ser feito do ponto de vista jurídico. Essa medida [um eventual recurso] tem que ser tomada neste ano, porque se houver aumento dos funcionários públicos a constituição veda o corte. Uma vez aumentado, está aumentado."

    As opções, de acordo com ele, "não são grandes de fato".

    "É normal, a decisão da Justiça tem que ser respeitada. Caso prevaleça, vamos ter que pensar em outras alternativas visando controlar despesas e compensar essa medida. Se for consolidado o entendimento que a decisão vai prevalecer, vamos ver o que faremos."

    Essas alternativas, segundo o ministro, ainda não foram decididas. "Não há neste minuto um plano B", declarou.

    Na avaliação de Meirelles, embora comprometa o ajuste de curto prazo, a decisão do STF, ao lado de medidas como a não votação da taxação de fundos exclusivos de investimento e a reoneração da folha de pagamento, não terá tanto impacto em um eventual rebaixamento da nota do Brasil por agências de classificação.

    "O maior foco das agências será a reforma da Previdência", disse o ministro, que terá conversas com as três principais agências nesta quinta (21).

    Meirelles repetiu que acredita na aprovação das novas regras para aposentadorias em fevereiro e citou a aprovação da reforma da Previdência na Argentina como exemplo de que, apesar das dificuldades, é possível avançar nesse campo.

    "Na Argentina houve muita controvérsia, mas foi aprovado, é normal, em qualquer país é assim", declarou. "O parlamentar voltará para sua base e acreditamos que vá encontrar um ambiente mais favorável à reforma entre seus eleitores".

    RECEITAS

    Para o ministro, a recuperação da economia está possibilitando um aumento das receitas, o que em parte pode compensar a frustração com projetos de lei e a decisão do STF.

    Por isso, na avaliação de Meirelles, a maior preocupação é do lado das despesas, já que o teto de gastos determina uma alta de no máximo 3% nos gastos em 2018.

    "O teto tem medidas auto corretivas muito fortes. Caso exista violação do teto, há medidas previstas que congelam salários, subsídios e proíbem a criação de cargos, entre outras", disse. "Mas o teto será cumprido em 2018".

    Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br

    Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.br

    Publicidade

    Folha de S.Paulo 2024