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    Simbiose com a Força Aérea faz perda de controle nacional inviável

    IGOR GIELOW
    DE SÃO PAULO

    22/12/2017 02h00

    A negociação entre a Boeing e a Embraer é um passo lógico de mercado após a entrada da europeia Airbus no nicho de aviões regionais.

    Mas será uma negociação complexa devido ao poder de veto do governo brasileiro sobre uma empresa considerada estratégica para a indústria de defesa –área que responde por 17% da receita líquida da Embraer até setembro.

    Sem a Força Aérea, de cuja costela foi criada em 1969, a Embraer não teria sucesso com programas militares.

    No caso do cargueiro KC-390, sua maior aposta no setor e que acaba de receber certificação inicial para operar, o governo colocou R$ 5 bilhões no desenvolvimento do modelo e assegurou a compra de 28 unidades.

    O caça sueco Gripen E/F, escolhido para reequipar a frota brasileira, terá sua versão "made in Brazil" feita na Embraer, que poderá se beneficiar do conhecimento de tecnologias aplicadas a aparelhos supersônicos –úteis no futuro da aviação executiva, por exemplo.

    Esses são exemplos da simbiose entre FAB e Embraer que excluem hoje a possibilidade de a empresa perder seu controle nacional.

    Ainda no campo militar, aprofundar laços com a Boeing pode ser um diferencial importante para as ambições da Embraer no mercado americano, o maior do mundo.

    A empresa já vendeu 26 aviões de ataque leve Super Tucano para aos EUA, que os empregam na Força Aérea do Afeganistão contra insurgentes. Os olhos estão voltados para uma futura concorrência, para a qual o Super Tucano já está sendo avaliado, para até 120 aparelhos nos EUA.

    A Boeing já é responsável pelo marketing internacional do KC-390 e tem grande influência em negócios militares americanos.

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