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Nesta semana, a "Ilustrada" publicou uma reportagem sobre a série de performances "Presença Negra". Na ação idealizada pelos artistas Moisés Patrício e Peter de Brito, ativistas negros vão em grupo a vernissages em busca de visibilidade, chamando a atenção em eventos do mundo da arte em grande parte só frequentados por brancos.

Convidamos para debater o assunto o artista Moisés Patrício e o também artista Jaime Lauriano, jovem criador negro que acaba de abrir sua primeira mostra individual em São Paulo, na galeria Leme. Na conversa, Lauriano levantou o fato de muitos artistas negros terem de "se travestir de branco" para encontrar um lugar no circuito artístico.

Patrício falou que só com a presença dos negros nesses ambientes é que o exotismo associado à cultura afro-brasileira será diluído, permitindo uma integração maior entre as produções de artistas negros e brancos. Ambos acreditam que na ressaca das manifestações populares de dois anos atrás, o cenário da arte contemporânea no país está cada vez mais aberto a trabalhos mais politizados que tocam na questão racial.