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    Reduto das Farc reúne pobreza e beleza numa "terra sem lei"; assista

    DE SÃO PAULO

    17/06/2015 02h00

    Região multiétnica, com comunidades indígenas, camponesas e afrodescendentes, o departamento de Cauca, no sul da Colômbia, é um dos bastiões das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia), a guerrilha em atividade há mais tempo no mundo ocidental -desde 1964, quando se formou no Estado vizinho de Tolima.

    Editoria de Arte/Folhapress

    O vídeo acima, com reportagem de Lucas Ferraz e fotografia de Joel Silva, traz detalhes dessa região, chamada por seus moradores de "Caucaquistão", uma terra "sem lei e sem Deus".

    As imagens mostram que a beleza da zona rural -onde vivem 25% da população do país- contrasta com a pobreza e a falta de assistência pública.

    O vazio deixou o território livre para a atuação de praticamente todos os grupos armados que existiram na Colômbia no último século -paramilitares, narcotraficantes, outras guerrilhas marxistas e milícias indígenas armadas.

    A equipe da Folha visitou na primeira semana de junho várias cidades do Estado -Silvia, Jambaló, Toribío, Miranda, Santander, Corinto, Caloto, Buenos Aires e Popayán- onde as Farc ainda têm influência e força militar.

    Em abril, num morro da zona rural de Buenos Aires, a guerrilha rompeu o cessar-fogo que vigorava desde dezembro, durante as negociações de paz com o governo, que acontecem em Cuba há dois anos e meio.

    Com morteiros, granadas e fuzis, as Farc atacaram uma coluna de militares que descansava em um ginásio, deixando 11 mortos. O ataque ao vilarejo de nome La Esperanza estremeceu a mesa de negociações, que viveu seu momento mais crítico.

    Em resposta, no mês passado, o Exército bombardeou um acampamento na região costeira de Cauca, no Pacífico: morreram 27 guerrilheiros, dois deles ex-negociadores.

    Desde então, houve um recrudescimento nos confrontos em várias regiões, sobretudo no sul do país, área de retaguarda das Farc.

    Ao todo, já são mais de 30 ataques, com a morte de pelo menos 19 policiais e militares e mais de 40 guerrilheiros.

    Só em Cauca, onde o conflito chegou no seu nível mais alto, mais de 400 famílias já tiveram de deixar suas casas.

    De Cuba, no entanto, veio um novo ar de esperança para as negociações, que continuam: Farc e governo acordaram criar no pós-guerra uma Comissão da Verdade para passar a limpo 50 anos de um conflito que já deixou mais de 200 mil mortos.

    "Cauca é o laboratório da guerra e da paz na Colômbia", diz Ariel Ávila, um dos diretores da Fundação Paz e Reconciliação, que acompanha o conflito no país.

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