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    Para economista, concessões chegam tarde e 'operam por surtos' no Brasil

    DE SÃO PAULO

    23/06/2015 04h18

    Partindo da premissa de que a infraestrutura é um dos grandes gargalos brasileiros, o mestre em ciências econômicas pela UFRJ Fabio Giambiagi explica, no vídeo acima, que parte dos problemas estão em "concessões que operam por surtos".

    Favorável às privatizações, o economista diz ter havido um "bloqueio quase que mental" durante o governo Lula nas concessões, paralisando assim atividades que, só agora, no segundo mandato de Dilma e distantes do período eleitoral, "deslancham".

    "Durante muito tempo houve uma espécie de veto ideológico porque concessão, por assim dizer, "cheirava" a privatização, e não se avançava. [...] No primeiro governo Dilma houve uma certa paralisia e agora, finalmente, deslancham algumas atividades. Tivemos leilões importantes, principalmente em aeroportos e rodovias. A única crítica que cabe a isso é ter vindo com dez anos de atraso."

    Giambiagi, que é o décimo terceiro –e último– convidado do projeto da Fecomercio-SP que investiga o pensamento brasileiro em uma série de entrevistas, chega a questionar, pontualmente, o atraso em uma das concessões.

    "Moro no Rio de Janeiro. Por que cargas d'água tivemos que esperar até 2014 para privatizar o [aeroporto do] Galeão? Aquilo poderia ter sido privatizado em 2003, 2004."

    Para o economista, é preciso evitar qualquer "restrição ideológica". "Quando a gente se aproxima de eleições, porém, há uma certa vergonha em se defender isso e, então, as coisas são paralisadas. Essas concessões, portanto, operam por surtos."

    Giambiagi foi, em 2007, um dos quatro economistas afastados do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) durante o governo Lula. Eles discordavam à época da orientação econômica do governo.

    FECOMERCIO

    Ao todo, o projeto da Fecomercio publicou 13 entrevistas em vídeo, conduzidas pelo jornalista Adalberto Piotto, que debatem o cenário político-econômico no Brasil e as perspectivas futuras, focando na burocracia e gastos públicos.

    As íntegras das entrevistas estão disponíveis no canal da Fecomercio. A Folha, semanalmente, divulgou trechos das conversas. Confira abaixo as entrevistas já publicadas:

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