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    Fidel Castro reaparece e deixa comando do Partido Comunista Cubano

    DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

    19/04/2011 11h41 - Atualizado às 11h48

    O ex-ditador Fidel Castro fez uma aparição surpresa no encerramento do 6º Congresso do Partido Comunista Cubano (PCC), levando muitos dos presentes às lágrimas, pouco antes de anunciar a entrega do comando da legenda ao irmão, Raúl Castro.

    Aos 84 anos, Fidel foi recebido com uma longa ovação e vivas por parte dos mil delegados presentes a um dos raros e históricos congressos do partido.

    A expectativa agora é pelo anúncio do nº2 do comando do país, que deve governar ao lado de Raúl.

    Fidel, que ocupou o posto de ditador e chefe do PCC desde a Revolução Cubana em 1965, já havia cedido o comando do país ao irmão em 2006 por motivo de doença.

    Mais cedo, o ex-ditador já confirmara sua renúncia à chefia do partido, último alto cargo político que ocupava no país, ao pedir sua exclusão do Comitê Central.

    A decisão foi divulgada num artigo publicado nesta terça-feira.

    "Raúl [Castro, irmão de Fidel] sabia que eu não aceitaria na atualidade nenhum cargo no Partido", afirmou Fidel, ao explicar em um texto no portal cubadebate.cu sua "ausência" no novo Comitê Central do PCC, eleito na segunda-feira (18) durante o 6º Congresso do partido.

    O 6º Congresso do PCC, o primeiro desde 1997, teve início no último sábado (16) e ocorre até esta terça-feira. Os participantes devem aprovar uma série de medidas econômicas que visam atualizar o sistema socialista adotado pela ilha.

    TRANSFERÊNCIA DE PODER

    "Ele sempre foi quem me chamava de primeiro-secretário e comandante-em-chefe, funções que como se sabe deleguei na Proclama divulgada quando fiquei gravemente enfermo", reiterou Fidel.

    "Nunca tentei, nem podia fisicamente exercê-las, apesar de ter recuperado consideravelmente a capacidade de analisar e escrever. No entanto, ele nunca deixou de transmitir-me as ideias que projetava", completou.

    Fidel destacou ter afirmado ao irmão que não desejava ser incluído na lista de candidatos ao Comitê Central, quando Raúl declarou que seria "muito duro" excluir dirigentes "que pela idade ou saúde não poderiam prestar muitos serviços ao Partido".

    "Não hesitei em sugerir que não excluísse estes companheiros de tal honra, e acrescentei que o mais importante era que eu não aparecesse na lista. Penso que recebi muitas honras. Nunca pensei em viver tantos anos."

    O líder comunista indicou ainda que votou ao meio-dia de segunda-feira, quando recebeu a cédula.

    NOVA GERAÇÃO CUBANA

    Em outro artigo, publicado ontem (18) na capa do jornal oficial "Granma", Fidel disse que a nova geração está sendo chamada a "retificar e mudar, sem hesitações, tudo o que deve ser retificado e mudado, além de continuar demonstrando que o socialismo é também a arte do impossível".

    Segundo Fidel, essa tarefa, "é, no entanto, mais difícil que a assumida por nossa geração, quando foi proclamado o socialismo em Cuba", em 1959.

    Ele ainda reconheceu que superar o sistema capitalista, "que fomenta e promove os instintos egoístas do ser humano", é "um difícil desafio, na época bárbara das sociedades de consumo".

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