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    Filha de aeromoça, Kate Middleton é símbolo da ascensão social

    DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

    29/04/2011 06h04

    Filha mais nova de uma ex-aeromoça, a plebeia Kate Middleton, 29, nunca passou dificuldades financeiras, mas é o máximo exemplo de uma ascensão social cada vez mais rara na sociedade britânica. Membro da classe alta britânica, ela foi elevada à alta sociedade por seu namoro com príncipe William e agora e vai se tornar o mais novo membro da família real no próximo dia 29, dia de seu casamento.

    Em três gerações, os Middleton conseguiram uma ascensão fulgurante, em um país onde essa mobilidade é mais difícil do que na Europa continental.

    As raízes da futura duquesa de Cambridge remetem à Inglaterra proletária. Por parte de mãe, o bisavô Thomas Harrison fez a escolha decisiva de deixar as minas de carvão do norte da Inglaterra para tentar a sorte em Londres. Na família do pai, seus membros ascenderam na classe média nascente do século 19: fabricantes de tecidos, mercadores, funcionários de cartório, bancários e, por fim, o avô piloto.

    Catherine Elizabeth Middleton nasceu em 9 de janeiro de 1982, em Reading, na Inglaterra. Ela é a filha mais velha do casal, que conta ainda com Phillipa, 25, planejadora de festas, e James, 21, que abriu uma empresa de culinária.

    Seus pais, Michael e Carole Middleton, se conheceram quando trabalhavam para a British Airways e, em 1987, fundaram uma empresa de suprimentos para festas infantis, Party Pieces, que recebia pedidos pelo correio. O negócio os tornou milionários.

    "Os Middleton são muito interessantes porque apresentam um exemplo de mobilidade social através de gerações, em um país obcecado pelas classes sociais", diz Diane Reay, socióloga da Universidade de Cambridge.

    O dinheiro dos negócios permitiu a eles enviar Catherine ao prestigioso Colégio Marlborough College in Wiltshire, na Inglaterra. Lá, ela ficou conhecida como uma estudante séria e comprometido, excepcional tanto no atletismo (chefiando a equipe feminina de hóquei) quanto no acadêmico.

    "É o sistema de escolas particulares representa aqui, ao contrário de outros países europeus, a classe e o privilégio", explica Reay.

    Apenas 7% dos britânicos frequentam as escolas particulares, mas 70% dos membros do governo saíram delas. "Hoje, como no início do século 19, aqueles que deixam as escolas particulares ocupam as camadas superiores da sociedade, com postos na cultura, na política, na Justiça, nos negócios", diz Reay.

    Em 2001, Kate se matriculou na Universidade de Saint Andrews, na Escócia, onde conheceu o príncipe William, colega no primeiro ano de história da arte. Os dois começaram a namorar, mas o relacionamento não foi divulgado até eles serem flagrados em 2004, quando tiravam férias na Suíça.

    Apesar das frequentes intrusões dos paparazzi, Kate tentou manter sua vida privada. Depois de se formar em 2005, ela trabalhou como compradora de acessórios para uma cadeia de lojas de roupa e assumiu vários postos na empresa dos pais --ao mesmo tempo que atuava em organizações de caridade.

    O casal sofreu com vários anos de intensa especulação da imprensa britânica sobre os seus planos, durante os quais Kate chegou a ser apelidada de "Waity Katy" ("Kate paciente", numa tradução livre).

    Em novembro de 2010, finalmente, o casal anunciou o noivado. E para se preparar para a vida na família real, Kate voltou a adotar a forma mais séria de seu nome Catherine.

    "Os Middleton foram muito bem sucedidos socialmente. Hoje, isso seria muito mais difícil", resume Reay. E o sucesso da ascensão social fez com que se perdoassem até a "gafe" da mãe de Kate, que teria surpreendido ao pedir "toaletes" na festa de casamento.

    A palavra toaletes está entre os sete pecados capitais definidos pela antropóloga Kate Fox no livro "Watching the English" (Observando os ingleses, em tradução livre) que mostram que uma pessoa é da classe média.

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