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    Exército israelense confirma libertação do soldado Gilad Shalit

    DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

    18/10/2011 08h19

    O Exército de Israel confirmou que o soldado israelense Gilad Shalit, mantido em cativeiro pelo grupo islâmico Hamas desde junho de 2006, foi entregue nesta terça-feira às autoridades israelenses.

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    Em suas primeiras declarações após ser colocado em liberdade, Shalit --promovido de cabo para primeiro sargento após o cativeiro-- declarou em entrevista à TV egípcia que sabia que algum dia seria libertado.

    De acordo com o Exército israelense, Shalit está em bom estado de saúde. Ele foi examinado por médicos na região de fronteira com a faixa de Gaza.

    Fontes palestinas em Rafah haviam confirmado mais cedo que Shalit tinha sido entregue pelas autoridades do Hamas a representantes do Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) em território egípcio.

    Em seguida, o jovem teria sido transferido pelas autoridades egípcias para a base militar de Kerem Shalom, área controlada pelo Exército israelense e que faz fronteira com o território egípcio e a faixa de Gaza.

    Uma fonte dos serviços secretos egípcios assegurou que o soldado israelense continua no Egito, após ter sido entregue ao Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) e às autoridades deste país.

    Foram divulgadas pela TV israelense imagens do soldado no lado egípcio da passagem de Rafah, nas quais Shalit aparece com bom aspecto.

    Nas imagens, feitas pela TV egípcia e divulgadas pelo "Canal 10" israelense, é possível ver o soldado usando boné azul marinho e uma camisa azul clara. Shalit aparece acompanhado de agentes de segurança.

    Baz Ratner/Reuters
    Familiares se dirigem à base aérea de Tel Nof (Israel) para encontrar o soldado Gilad Shalit, libertado após 5 anos de cativeiro
    Familiares se dirigem à base aérea de Tel Nof para encontrar Gilad Shalit, libertado após 5 anos de cativeiro

    Os familiares de Shalit aguardam na base aérea de Tel Nof a chegada do soldado. No local haverá uma pequena cerimônia que terá a participação do primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu, e do ministro da Defesa, Ehud Barak.

    PRISIONEIROS PALESTINOS

    Segundo os termos do acordo alcançado na semana passada, Israel entregaria um pequeno grupo de presos palestinos como condição para a transferência de Shalit ao Egito e, antes de sua mudança ao território israelense, os ônibus deveriam chegar a seu destino em Gaza e na Cisjordânia.

    Os primeiros ônibus com presos palestinos entraram nesta terça-feira em Gaza pela passagem de Rafah, na fronteira com o Egito, depois que Israel os entregou ao Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) e às autoridades egípcias.

    A emissora de televisão Al Aqsa, do grupo islamita Hamas, informou que representantes da Cruz Vermelha já comprovaram que as identidades da lista de presos libertados por Israel são as pactuadas.

    Uma TV israelense mostrou ao vivo imagens de um ônibus com os prisioneiros palestinos que aguardavam do lado egípcio do terminal de Rafah para entrar na faixa de Gaza. Do outro lado, uma guarda de honra espera para dar as boas vindas.

    Familiares aguardam desde a madrugada no sul da faixa de Gaza a chegada dos prisioneiros, da mesma forma que na entrada de Ramala, onde as comemorações já começaram.

    Israel deve libertar 477 prisioneiros palestinos nesta na terça-feira. Outros 550 palestinos devem ser libertados ainda neste ano.

    ENTENDA O CASO

    Gilad Shalit, que também tem nacionalidade francesa, foi sequestrado em 25 de junho de 2006, durante uma operação do Exército israelense na faixa de Gaza, segundo a versão palestina, e em sua base em território israelense perto do limite de Gaza, segundo a versão israelense.

    Quando capturado, Shalit era cabo e tinha 19 anos. Ele foi promovido a sargento durante seu sequestro e estaria em alguma parte da faixa de Gaza, dominada pelo Hamas desde 2007, quando o secular Fatah, do presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, foi expulso do território à força.

    Nos últimos anos, Israel e Hamas fizeram negociações com a mediação do Egito, mas as divergências eram grandes sobre o número de palestinos que o grupo islâmico exigia que fossem libertados e o destino deles --Israel queria que ao menos 450 fossem exilados em vez de retornarem às terras palestinas.

    O principal obstáculo para Israel era a libertação de aproximadamente 400 presos envolvidos em crimes violentos. O governo do Estado judaico se negava a libertá-los ou exigia que fossem enviados à faixa de Gaza, embora seu lugar de procedência e residência familiar fosse a Cisjordânia.

    Ainda em julho deste ano, o chefe das Forças Armadas de Israel, Benny Gantz, escalou uma equipe especial para revisar a investigação sobre o cativeiro de Shalit, após o fracasso de várias tentativas de acordo com o Hamas.

    Jack Guez/France Presse - 14.jul2011
    Franco-israelenses protestam pela libertação do soldado Gilad Shalit em Tel Aviv ainda em julho deste ano
    Franco-israelenses protestam pela libertação do soldado Gilad Shalit em Tel Aviv ainda em julho deste ano

    Na época, o ex-chefe das Forças Armadas Gabi Ashkenazi disse, pouco antes de deixar o cargo, que Israel não possuía as informações exatas sobre a captura do soldado e, por isso, não tinha meios para localizá-lo e nem agir para sua libertação.

    O Hamas chegou a divulgar um vídeo de Shalit no cativeiro após a mediação de países europeus. Antes disso, esforços da comunidade internacional tinham rendido apenas o envio de algumas cartas e um áudio.

    Na última tentativa de acordo, o Hamas já exigia a libertação de mil presos em troca de Shalit.

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