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    Ex-agente da KGB e atual premiê, Putin é favorito nas eleições russas

    DA FRANCE PRESSE, EM MOSCOU

    04/03/2012 07h02

    Ex-agente da KGB e 'braço forte' da Rússia desde 1999 -- atual primeiro-ministro, presidente entre 2000 e 2008 e novamente candidato à Presidência--, Vladimir Putin mudou muitas coisas no país nos últimos 12 anos.

    Putin, que permanecerá no poder pelo menos até 2018 caso vença as eleições presidenciais deste domingo, afirma querer presentear o seu país com um "desenvolvimento estável" para que ele volte a ter o nível de uma grande potência mundial.

    "Nunca havia pensado que um dia seria chefe de Estado", declarou Putin neste mês. "Mas gostaria muito de, quando acabar minha tarefa, ver que a Rússia de hoje é um edifício sólido", acrescentou.

    A eleição de Putin poderá dar lugar a um novo troca-troca com o atual presidente Dmitri Medvedev, como em 2008, quando, diante da impossibilidade de um terceiro mandato presidencial consecutivo, cedeu a presidência a Medvedev e passou a ocupar seu lugar de primeiro-ministro.

    O premiê voltaria ao Kremlin com a esperança de ficar à frente da Rússia até 2024, graças à reforma constitucional que estendeu o mandato presidencial para seis anos.

    Putin se tornou um símbolo da volta da Rússia à estabilidade, depois do caos dos anos que se seguiram à dissolução da União Soviética e ao fim do comunismo.

    Contudo, quando foi nomeado primeiro-ministro em agosto de 1999 pelo então presidente Boris Ieltsin, desacreditado e arruinado pelo álcool, a Rússia era um país empobrecido e debilitado pela crise financeira do ano anterior.

    Os anos Putin representaram o retorno das "estruturas de força" ao primeiro plano, formadas pelos agentes da KGB e dos oficiais das Forças Armadas, dos quais Putin era chefe quando foi escolhido por Ieltsin para sucedê-lo.

    BIOGRAFIA

    Vladimir Putin nasceu em São Petersburgo (antiga Leningrado), em 7 de outubro de 1952, em uma família operária.

    Estudou direito e se casou com uma ex-aeromoça, Lyudmila, com quem teve duas filhas. Ingressou nos serviços de contra-espionagem aos 23 anos. Logo passou aos serviços de inteligência exterior e em 1985 partiu para a Alemanha Oriental, onde ficou por cinco anos.

    Em agosto de 1991, saiu da KGB, em pleno golpe de Estado contra o presidente Mikhail Gorbatchov, sem abandonar sua filiação ao Partido Comunista.

    Após o declínio da União Soviética no fim de 1991 e a derrota do prefeito Anatoli Sobchak nas eleições municipais de 1996, Putin abandonou São Petersburgo e entrou para a administração presidencial em Moscou.

    AGENTE DA KGB

    Em julho de 1998, Ieltsin o nomeou chefe do FSB (antiga KGB) e em março de 1999 lhe ofereceu o cargo de secretário do Conselho de Segurança. Em 9 de agosto se tornou primeiro-ministro.

    A invasão das tropas russas à Tchetchênia, em outubro de 1999, depois de uma série de atentados atribuídos aos defensores da independência da região, realçou a popularidade do jovem primeiro-ministro.

    Quando Ieltsin anunciou, pouco antes de 31 de dezembro de 1999, sua intenção de renunciar ao poder e de deixar com Putin as rédeas do país, o atual primeiro-ministro disse ter respondido: "Francamente, não sei se estou preparado, não sei se desejo, pois é um fardo muito pesado".

    No entanto, neste mesmo dia se tornou presidente interino, e, em 26 de março de 2000, foi eleito presidente com 52,94% dos votos.

    Desde então, Putin consolidou seu poder de maneira jamais vista desde a era soviética.

    As legislativas de dezembro, vencidas com cerca de 50% dos votos pelo partido no poder, Rússia Unida, e denunciadas como fraudulentas pela oposição e por observadores estrangeiros, provocou um movimento de protesto sem precedentes desde os anos 1990.

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