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    Americano é morto em ataque contra consulado na Líbia

    DA FRANCE PRESSE, EM BENGHAZI
    DA REUTERS

    11/09/2012 20h24 - Atualizado às 23h00

    Um funcionário americano do consulado dos Estados Unidos em Benghazi (Líbia) morreu e outro ficou ferido no ataque ocorrido na noite desta terça-feira, durante um protesto de homens armados contra um filme que foi considerado ofensivo ao Islã, disse o vice-ministro líbio do Interior, Wanis al Charef.

    "Um funcionário americano foi morto e outro está ferido, na mão. Os demais membros do consulado foram retirados da embaixada sãos e salvos", disse Wanis al Charef, sem informar se a vítima fatal era um diplomata.

    "Os manifestantes atacaram o consulado americano em Benghazi. Fizeram disparos para o ar antes de entrar no prédio", destacou Al Charef.

    Esam Al-Fetori/Reuters
    Homem armado comemora incêndio do consulado americano durante protesto à instituição em Benghazi, Líbia
    Homem armado comemora incêndio do consulado americano durante protesto à instituição em Benghazi, Líbia

    Segundo Abdelmonoem al Horr, porta-voz da Alta Comissão de Segurança do Ministério do Interior, disparos de lança-foguetes foram efetuados contra a representação diplomática na cidade do leste da Líbia. Ele também confirmou a morte de um funcionário americano.

    Ele informou que as forças de segurança tentavam controlar a situação quando foguetes RPG foram disparados contra o consulado a partir de uma propriedade próxima.

    O porta-voz denunciou o ataque e chamou os agressores de "foras da lei", sem acusar um grupo em particular.

    WASHINGTON

    Washington confirmou o ataque de militantes armados contra o consulado em Benghazi, mas não citou vítimas entre o pessoal diplomático.

    "Podemos confirmar que nosso consulado em Benghazi, na Líbia, foi atacado por um grupo de militantes", disse a porta-voz do departamento de Estado Victoria Nuland. "Condenamos nos mais firmes termos este ataque a nossa missão diplomática".

    Esam Al-Fetori/Reuters
    O consulado americano em chamas durante o protesto de um grupo armado à insituição na cidade de Benghazi, na Líbia
    O consulado americano em chamas durante o protesto de um grupo armado à instituição em Benghazi, na Líbia

    Segundo Nuland, oficiais americanos estão trabalhando com as autoridades líbias para garantir a segurança do consulado em Benghazi.

    A porta-voz informou ainda que "no Cairo, podemos confirmar que a polícia egípcia retirou os manifestantes que assediaram nossa embaixada" nesta terça-feira, sem precisar se os dois protestos foram coordenados.

    FILME

    Wanis al Charef confirmou que os manifestantes foram ao consulado em Benghazi para denunciar um filme que consideram ofensivo ao Islã.

    Uma testemunha disse que os manifestantes incendiaram o prédio do consulado.

    Segundo Al Charef, os agressores reagiram contra o mesmo filme denunciado por milhares de egípcios, a maioria salafistas, que protestaram nesta terça-feira diante da embaixada americana no Cairo, antes de arrancar a bandeira americana substituindo-a por uma islâmica.

    Embora não esteja claro qual filme motivou o protesto, a prestigiosa mesquita Al Azhar, do Cairo, condenou na terça-feira um filme com o "julgamento" simbólico de Maomé, produzido por um grupo americano que tem como participante o pastor cristão Terry Jones, pivô de protestos no Afeganistão em 2010 por ter ameaçado queimar o Corão.

    Não se sabe se este é o mesmo filme classificado pelo "The Wall Street Journal" como o estopim dos protestos: o "Innocence of Muslims", realizado pelo americano-israelense Sam Bacile, que chama o islamismo de "câncer".

    O "Innocence of Muslims" teria sido produzido a partir de doações de cem judeus e também estaria sendo promovido pelo pastor Terry Jones.

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