Palestinos protestaram nesta terça-feira em Ramallah contra a visita de Barack Obama, presidente dos EUA --que deve vir a esta cidade nesta quinta-feira (21) para se encontrar com Mahmud Abbas, presidente da Autoridade Nacional Palestina.

A visita, desde que foi anunciada, tem causado rebuliço na região. O democrata, eleito como esperança para um processo de paz, foi declarado "persona non grata" por ativistas, que planejam manter demonstrações durante a semana. Na sexta-feira (22), ele deve visitar a cidade de Belém.

Nas ruas, cartazes traziam dizeres como "Nós também temos um sonho".

A manifestação de Ramallah, no entanto, não atraiu multidões. Um pequeno grupo marchou da praça de Al Manara, no centro da cidade, rumo aos edifícios da administração palestina --no caminho, encontrou-se com uma barreira policial, com quem discutiram. Em determinado momento, cantavam "thawra", ou "revolução".

"A visita não nos traz nada, só falsa esperança", diz Hatan Qaswani, 43. "Ele vem com uma mensagem de mudança, mas quer ganhar tempo para a ocupação [israelense na Cisjordania]."

Nas ruas, ainda restam alguns dos cartazes pendurados durante a semana com mensagens contrárias à visita. Um deles, próximo ao local da manifestação, avisa para que Obama não traga seu "smartphone" para Ramallah. "Nos não temos 3G na Palestina."

Os pôsteres causaram polemica, e não estava claro quem os havia erguido. Após criticas de ativistas, que temiam que a questão palestina fosse reduzida ao acesso a internet, boa parte deles foi retirada.

Obama chega a Israel na quarta (20), e deve encontrar-se com Shimon Peres, presidente israelense, e Binyamin Netanyahu, premiê de Israel. Apesar de ser tratado como o maior evento nos últimos anos, após a vinda de George W. Bush, as expectativas de que Obama faça as negociações de paz avançar são baixas tanto entre palestinos como entre israelenses.