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    Indiano é preso por estuprar menina de 5 anos por dois dias e provoca protestos

    DA EFE

    20/04/2013 10h02 - Atualizado às 10h16

    A Polícia indiana deteve o homem suspeito de estuprar brutalmente durante dois dias uma menina de 5 anos que está hospitalizada, em um caso que gerou protestos no país, informaram fontes policiais neste sábado (20).

    O acusado de 24 anos foi detido durante a madrugada no distrito de Muzaffarpur, no Estado de Bihar, a 1.000 km a leste de Nova Délhi. "Foi detido na aldeia de Chiknauta nesta noite", disse um alto comando policial à agência de notícias local "Ians".

    Ele havia fugido da capital, cidade onde ocorreu o crime e para onde ele foi levado após a captura. Um juiz ordenou que o homem fosse mantido sob custódia da polícia.

    Segundo a emissora "NDTV", o acusado é um homem recém-casado que foi abandonado recentemente pela esposa. Ele teria sido localizado através do seu telefone celular.

    A menina que foi vítima da agressão sexual desapareceu na segunda-feira. Sua família a descobriu dois dias depois na casa de um morador do mesmo edifício ao ouvir seus gritos.

    O suspeito violou a menina em repetidas ocasiões e utilizou objetos como garrafas e velas, além de ter mantido sua vítima sem alimentos nem água durante os dois dias de sequestro.

    A menina está hospitalizada no centro médico AIIMS, no sul de Nova Délhi, onde dezenas de pessoas se concentraram desde a tarde de ontem para protestar pelo crime e exigir que as autoridades façam justiça.

    O superintendente médico do hospital disse que a menina sofreu graves lesões internas e cortes e marcas de mordida no rosto e torso. Ele descreveu o estado da menina como "sério" e disse que os médicos estavam tentando estabilizar sua condição.

    DENÚNCIA

    A polícia indiana teria rejeitado registrar a denúncia inicialmente e pedido à família da menina que não informasse o caso à imprensa em troca de 2 mil rúpias (R$ 70).

    O primeiro-ministro da Índia, Manmohan Singh, emitiu um comunicado pouco após a divulgação dos fatos, no qual censurou a atuação das forças da ordem e prometeu "ações estritas" e "completa assistência" à menina.

    Ele chamou o comportamento da polícia "completamente inaceitável" e transmitiu às autoridades "a necessidade de uma ação mais rigorosa possível ser tomada contra os funcionários que erram", informou o gabinete do primeiro-ministro.

    Raveendran/AFP
    Indianos protestam com cartazes contra o governo e a polícia de Nova Délhi em frente à sede da polícia
    Indianos protestam com cartazes contra o governo e a polícia de Nova Délhi, em frente à sede da polícia local, contra o estupro

    PROTESTOS

    Centenas de pessoas protestaram hoje perto da residência do ministro do Interior e a sede da polícia, do lado de fora, exigindo ação do governo contra a polícia.

    Ativistas de direitos humanos e autoridades disseram que os pais da menina foram à polícia na segunda, mesmo dia em que a garota desapareceu, mas a polícia se recusou a registrar o caso. Os pais da menina são trabalhadores da construção civil pobres que haviam migrado para a cidade há alguns anos em busca de trabalho.

    "A polícia não fez nada. Eles não registraram queixa, o primeiro passo antes de começar as investigações", disse Ranjana Kumari, ativista dos direitos das mulheres e cientista social. "Esse crime hediondo poderia ter sido evitado se a polícia tinha começado as investigações imediatamente."

    A polícia não comentou as acusações.

    RECORRENTE

    O incidente ocorreu quatro meses após o estupro fatal de uma mulher dentro de um ônibus, também em Nova Deli, que provocou indignação em toda a Índia e estimulou o governo a aprovar leis duras para crimes contra as mulheres --incluindo a pena de morte em caso de reincidência ou de ataques de estupro que levam à morte da vítima.

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