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    Desemprego sobe e pressiona Europa a agir

    DE SÃO PAULO

    01/05/2013 03h00

    Dois dados divulgados ontem aumentaram a pressão sobre autoridades europeias para que implementem novas medidas de estímulo para combater a crise.

    Foram anunciados índice recorde de desemprego e a menor inflação na zona do euro desde 2010.

    Segundo a agência de estatísticas do bloco, Eurostat, a taxa de desemprego da zona do euro chegou a 12,1% em março --no mesmo mês de 2012, estava em 11%.

    Isso significa que 19,211 milhões de pessoas estão desempregadas nos 17 países que adotam a moeda única, um aumento de 1,723 milhão em relação ao ano anterior. Na União Europeia (27 países), o índice permaneceu em 10,9% em março --há um ano, estava em 10,3%.

    Já a inflação na zona do euro caiu para 1,2% ao ano em abril, contra 1,7% da estimativa divulgada em março. O número está bem abaixo da meta do Banco Central Europeu (BCE), de 2% ao ano.

    Dessa forma, como não existe pressão inflacionária, há margem para que a instituição reduza a taxa de juros em sua reunião de amanhã.

    Desde julho do ano passado, o BCE mantém os juros em 0,75% ao ano, menor taxa da história, mas o mercado vem pressionando por novo corte, para 0,5% ao ano.

    Editoria de Arte/Folhapress

    No ano passado, o presidente da instituição, Mario Draghi, prometeu fazer "todo o possível para salvar o euro". Ramon Pacheco, professor de estudos europeus do King's College de Londres, diz à Folha que restam poucas medidas que as autoridades europeias possam tomar se seguirem com austeridade.

    "Oferecer mais prazo para países alcançarem metas, como as relacionadas à redução de deficit, não vai ajudar. As autoridades precisam se mostrar dispostas a focar suas políticas econômicas em estímulo, não em austeridade".

    Embora analistas considerem que uma eventual redução dos juros não trará impacto significativo ao crescimento da economia do bloco, julgam que a sinalização é importante para mostrar que a instituição segue enfrentando os problemas.

    O governo da Alemanha, contudo, já sinalizou que é contra o corte. A maior economia do bloco tem o segundo menor índice de desemprego da zona do euro: 5,4% da população, atrás apenas da Áustria, com 4,7%.

    Os maiores índices de desemprego continuam nos países mais atingidos pela crise. A Grécia, em janeiro (informação mais recente no país), chegou a 27,2%, enquanto a Espanha registrou 26,7% em março. Portugal está com 17,5% de desempregados.

    Na França, segunda maior economia da região, o índice é de 11%; na Itália, terceira maior força, o desemprego alcançou 11,5% da população.

    A economia da zona do euro teve contração de 0,6% do PIB em 2012, e ainda não há sinais de recuperação para este ano. O crescimento previsto pelo Eurostat é de 0,1% em 2013. (RODRIGO RUSSO)

    Com agências de notícias

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