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    Israel bombardeia instalação militar que abrigava mísseis do Irã na Síria

    DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

    05/05/2013 09h07

    Funcionários dos Estados Unidos e de Israel confirmaram neste domingo que o Estado judaico bombardeou o centro de pesquisa militar de Jamraya, na Síria. Na noite de sábado (4), o regime sírio havia acusado o Estado judaico pelo ataque.

    Segundo as autoridades americanas e israelenses, o alvo era um carregamento de mísseis iranianos de longo alcance, os quais, dizem as fontes, seriam enviados ao grupo radical libanês Hizbollah. Israel não comentou oficialmente sobre a ação.

    Caso confirmado, o bombardeio será a segunda ação de Israel na Síria em menos de três dias, um sinal da entrada do Estado judaico nos confrontos entre o regime de Bashar Assad e grupos rebeldes. Embora não veja vantagem no conflito sírio, a ação militar pode minar o poder do Hizbollah e de Teerã, aliados de Assad.

    Funcionários do governo israelense afirmam que o ataque em Jamraya foi para destruir um carregamento de mísseis iranianos Fateh-110, que, em sua versão mais avançada, têm alcance de 300 km. Eles suspeitam que o regime sírio fosse entregar os mísseis ao Hizbollah.

    Caso o grupo radical libanês conseguisse a arma, eles seriam capazes de atingir alvos em praticamente todo o território israelense, incluindo Tel Aviv. O suposto ataque confirmaria a política do primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, de impedir que armas cheguem às mãos de grupos armados palestinos e libaneses.

    Neste domingo, Israel também informou que enviará o sistema Iron Dome, o mais avançado em baterias de mísseis, para o norte do país, a fim de reforçar a segurança na região das Colinas de Golã, que foi intensificada nos últimos anos por causa do conflito na Síria.

    GUERRA

    Na noite de sábado, a agência de notícias Sana informou que o regime sírio encarou o bombardeio como uma declaração de guerra de Israel contra a Síria, embora não tenha dado mais detalhes sobre ações futuras das tropas de Assad. A agência informou que há mortos após o ataque, embora não tenha dado números.

    O centro de pesquisa militar de Jamraya também foi apontado inicialmente como alvo de outro bombardeio israelense à Síria, em janeiro. No entanto, fontes militares disseram depois que um comboio de armamentos em direção ao Líbano é o que havia sido atingido.

    Moradores da região do incidente e da capital Damasco, que fica a 60 km de Jamraya, ouviram explosões na última noite. Segundo algumas testemunhas, o impacto do ataque foi tão forte que fez com que tremesse a terra na região e que os mísseis usados eram melhores que os Scud, os mais potentes do regime sírio.

    Durante a madrugada, ativistas da oposição divulgaram vídeos que mostram clarões durante à noite após um ataque aéreo. Os insurgentes afirmam que as imagens são do ataque israelense a Jamraya. A autenticidade da gravação não pode ser confirmada por grupos independentes devido às restrições impostas pelo regime.

    Neste domingo, o porta-voz da Chancelaria do Irã, Ramin Mehmanparast, condenou o bombardeio e disse que "é um esforço de Israel para criar instabilidade e insegurança na região", mas não comentou sobre o dado a respeito da origem dos mísseis. O Hizbollah também não fez comentários sobre o bombardeio.

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