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    Explosões de 11 carros-bomba deixam pelo menos 66 mortos em Bagdá

    DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

    27/05/2013 12h58 - Atualizado às 23h12

    Pelo menos 66 pessoas morreram e 200 ficaram feridas nesta segunda-feira após a explosão de 11 carros-bomba em seis bairros de Bagdá, a maioria deles de maioria xiita. Os atentados são um novo sinal do aprofundamento do conflito sectário no Iraque.

    Nenhum grupo assumiu a autoria dos atentados na capital iraquiano, que fazem parte da pressão dos sunitas contra o primeiro-ministro Nouri al-Maliki, que é da maioria xiita. Os sunitas controlavam o poder durante a ditadura de Saddam Hussein (1979-2003) e deseja voltar ao governo iraquiano.

    Em meio aos protestos, grupos armados agem para tentar retomar o controle do país. Desde o início do mês, mais de 400 pessoas morreram em atentados e ataques contra xiitas, sunitas e forças de segurança em todo o país. O dia mais mortífero foi a última segunda (20), em que 79 pessoas morreram.

    Segundo autoridades locais, o maior dos ataques aconteceu no bairro de Habibiya, próximo ao conhecido bairro de Cidade Sadr. Pelo menos 12 pessoas morreram e 35 ficaram feridas após a detonação de explosivos em dois carros estacionados ao lado de um mercado.

    Mais tarde, outro mercado foi atingido na rua Sadoun, uma dos principais centros comerciais de Bagdá, deixando cinco mortos e 14 feridos, dentre eles quatro policiais que estavam em um posto de controle. No bairro de Sabi al Boor, mais oito pessoas morreram e 26 ficaram feridos após explosão de carro-bomba.

    Outras oito ações com carros-bomba foram registradas em sete bairros de Bagdá e em Madain, a 20 km da capital iraquiana, deixando mais de 25 mortos e mais de 90 feridos.

    VIOLÊNCIA

    A violência no Iraque diminuiu desde seu período de auge, entre 2006 e 2007. No entanto, dez anos após o início da invasão dirigida pelos Estados Unidos, os ataques continuam sendo comuns, em especial após o fim da ocupação americana, em dezembro de 2011.

    Três dias após as tropas ocidentais saírem do país, a Justiça iraquiana emitiu uma ordem de prisão contra o vice-presidente Tariq al-Hashemi, que é sunita. Os integrantes da seita afirmam que a perseguição ao político foi ordenada pelo primeiro-ministro Nouri al-Maliki, xiita.

    Desde então, aumentaram os ataques e a troca de agressões entre os dois grupos. Além deles, sunitas e xiitas ainda disputam territórios do norte do país com os curdos, que possuem uma região autônoma rica em petróleo e outros recursos naturais.

    A tensão com os curdos deve aumentar nos próximos meses com a chegada de integrantes do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK, em curdo), milicianos separatistas que atuavam na Turquia e decidiram ir ao Iraque.

    Outro ponto que também contribui para a violência sectária é o confronto na vizinha Síria, que já dura dois anos e provocou o deslocamento de diversos grupos radicais sunitas para combater o regime de Bashar al-Assad, que é alauita, vertente do xiismo.

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