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    Otimismo desabou no Egito durante gestão Mursi

    DE SÃO PAULO

    04/07/2013 03h24

    Uma pesquisa recente antecipou a dramática insatisfação da população egípcia com a agenda islâmica do presidente Mohammed Mursi, deposto ontem.

    Apenas 36% das pessoas disseram estar otimistas sobre mudanças positivas, contra 83% no início da Primavera Árabe. A pesquisa foi finalizada em maio, antes portanto da queda de Mursi.

    Foram ouvidas 5.000 pessoas pela empresa americana Zogby, e o resultado ajuda a explicar o desgaste que levou à deposição do presidente. O levantamento concluiu que 61% dos egípcios viam a situação atual como pior do que há cinco anos. Em 2011, o mesmo estudo apontava 46% de insatisfeitos.

    Só 46% do povo esperava dias melhores nos próximos cinco anos, contra 85% em 2011. "O que emerge é um retrato de um público profundamente dividido, com uma minoria apoiando fortemente um governo que não tem praticamente nenhum suporte entre os egípcios que não são afiliados à Irmandade Muçulmana", diz a pesquisa.

    O estudo revela "uma sociedade fraturada não em demografia, mas em princípios ideológicos e religiosos". A despeito dos partidos, três grupos informais definem o mapa político egípcio.

    Os indivíduos de propensão islâmica somam quase 30% da população, enquanto a oposição organizada atinge cerca de 35%. Outros 40% compõem uma pluralidade insatisfeita que não se identifica com nenhum deles.

    Esses grupos explicam a dissonância de vozes nas ruas do Cairo. Enquanto 90% dos islâmicos se viam melhores que há cinco anos, mais de 80% dos ligados à oposição enxergaram cenário piorado.Otimismo desabou no Egito durante gestão Mursi

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