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    Presidente do Irã enfrenta críticas por indicar moderados para gabinete

    DA REUTERS, EM TEERÃ

    12/08/2013 10h31

    O presidente do Irã, Hassan Rowhani, disse nesta segunda-feira que escolheu um gabinete capaz de tirar o país da crise econômica e do isolamento diplomático, mas algumas indicações devem enfrentar resistência do Parlamento.

    Alguns nomes são criticados por políticos conservadores por estarem muito próximos a reformistas ou por terem trabalhado nos governos do moderado Akbar Hashemi Rafsanjani (1989-1997) e do reformista Mohammad Khatami (1997-2005). O Parlamento deve votar as indicações ministeriais ainda nesta semana.

    Em discurso no Parlamento, Rowhani defendeu a aprovação de seus ministros como um voto de confiança. "O seu voto de confiança nos ministros não é só um voto para os indivíduos, mas um voto para todo o governo e seus planos".

    Ele disse que indicou nomes de todas as facções políticas, levando em conta sua experiência, e não suas afinidades políticas. Outra intenção é recuperar a economia e melhorar a imagem no exterior, prejudicada pelo seu antecessor, Mahmoud Ahmadinejad, que pregava a extinção de Israel e negava o Holocausto.

    No sábado (10), o deputado conservador Ruhollah Hosseinian previu que 80% dos indicados para o gabinete devem ser aprovados, sendo retirados aqueles "que fizeram declarações no Parlamento e não se distanciaram da sedição", referência aos protestos pós-eleitorais feitos pelos reformistas em 2009.

    Um deles é Bijan Zanganeh, indicado ao Ministério do Petróleo. Embora seja visto como um gestor competente e experiente, muitos conservadores o consideram próximo demais de líderes reformistas dos protestos de quatro anos atrás.

    Ele e Mohammad Ali Najafi, indicado para a pasta da Educação, visitaram o líder supremo do regime islâmico, aiatolá Ali Khamenei, depois da eleição de 2009 para transmitir queixas de líderes oposicionistas que agora estão sob prisão domiciliar.

    Hossein Shariatmadari, indicado diretamente por Khamenei para editar o influente diário "Kayhan", escreveu em editorial na segunda-feira que "o lugar dos presentes na sedição é na prisão". Rebatendo as críticas, o presidente disse que o Ministério do Petróleo exige "diplomacia ativa" e defendeu sua escolha.

    O ex-embaixador iraniano na ONU Mohammad Javad Zarif, que estudou nos Estados Unidos, deverá ser o novo chanceler iraniano. A intenção de Rowhani ao indicá-lo é fazer com que a política externa consiga "prevenir ameaças e aliviar tensões".

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