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    Equador pede a Assange moderação em campanha feita de embaixada

    DE SÃO PAULO

    31/08/2013 11h11

    O presidente do Equador, Rafael Correa, enviou uma carta a Julian Assange pedindo que ele não tire sarro de políticos australianos enquanto continuar vivendo na embaixada do país em Londres, onde encontra refúgio desde junho de 2012.

    De acordo com o jornal britânico "Guardian", o equatoriano não gostou de saber que, da embaixada, Assange, fundador do site WikiLeaks, responsável por uma série de vazamentos de documentos americanos, gravou um vídeo no qual faz piada de políticos australianos. O vídeo será usado na campanha dele ao Senado daquele país.

    "Nós o enviamos uma carta. Ele pode fazer campanha política, mas sem tirar sarro de políticos australianos. Isso nós não vamos permitir", afirmou Correa ontem (30), durante uma reunião da Unasul (União de Nações Sul-Americanas), em Paramaribo (Suriname).

    Não foi a primeira vez que Assange incomodou os diplomatas equatorianos. No auge da fuga do ex-técnico da CIA Edward Snowden de Hong Kong, o australiano se pronunciou repetidamente e pressionou Quito para que concedesse asilo também ao americano, gerando atrito.

    No vídeo, Assange aparece usando uma peruca e uma bandana com a bandeira da Austrália. Ele canta uma versão da música "You're The Voice" (você é a voz, em inglês), de John Farnham.

    Toda a campanha de Assange ao Senado australiano será feita remotamente, já que ele está impedido de sair da embaixada do Equador em Londres sob ameaça de ser preso.

    A polícia britânica quer prendê-lo para cumprir com o tratado de extradição que possui com a Suécia, onde Assange, cidadão australiano, responde por acusações de crimes sexuais.

    O ativista afirma que o processo na Suécia é uma fachada para que, uma vez naquele país, outro tratado de extradição possa ser acionado, e ele seja mandado aos EUA. Os EUA, diz Assange, querem julgá-lo por conta dos vazamentos que fez por meio do WikiLeaks. Os EUA nunca acusaram Assange formalmente.

    No total, seis pessoas concorrem nas próximas eleições australianas pelo partido do WikiLeaks.

    SNOWDEN

    O advogado de Snowden na Rússia, Anatoli Kucherena, disse em entrevista publicada neste sábado pelo jornal russo "Kommersant" que o americano não quis se reunir com diplomatas de Washington para negociar sobre a sua situação. O motivo, afirma, foi a "campanha" feita contra ele pelo governo americano.

    Depois de um imbróglio que o manteve por mais de um mês no setor de trânsito do aeroporto internacional de Moscou, Snowden obteve asilo temporário na Rússia sob a condição de não revelar novos dados da atividade dos serviços de inteligência americanos nem prejudicar os interesses dos EUA.

    Conforme o advogado, toda nova reportagem publicada com base nos dados secretos que ele trouxe a público são fruto do vazamento feito quando o americano ainda estava em Hong Kong.

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