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    Atriz iraniana é condenada à prisão por dar entrevistas à 'mídia estrangeira hostil'

    SAMY ADGHIRNI
    DE TEERÃ

    29/10/2013 12h49

    Autoridades do Irã condenaram uma conhecida atriz de cinema ligada ao movimento reformista a 18 meses de prisão, segundo a mídia local, numa decisão que reflete a resistência de setores ultraconservadores à abertura ensaiada pelo presidente Hasan Rowhani.

    Pegah Ahangarani, 29, foi condenada por "atentado à segurança nacional" e por ter dado entrevistas à "mídia estrangeira hostil", segundo disse sua mãe, a diretora Manijeh Hekmat, em declarações publicadas nesta terça-feira pelo jornal reformista "Shargh".

    Ahangarani poderá recorrer da sentença, que ainda não foi aplicada. Segundo disse à agência oficial IRNA o porta-voz do Judiciário Gholam Hussain Mohseni Ejeie, ela continua em liberdade.

    A atriz já enfrentava problemas judiciários por seu apoio aberto ao reformista Mir Hossein Mousavi, que está em prisão domiciliar por ter atribuído a fraudes sua derrota na eleição presidencial de 2009 contra o conservador Mahmoud Ahmadinejad.

    Ahangarani chegou a ser detida duas vezes desde o contestado pleito e está há três anos impedida de sair.

    Ela atuou em 21 filmes, entre eles "Shirin", do diretor Abbas Kiarostami. No início deste ano, Ahangarani recebeu o prêmio de melhor atriz coadjuvante por sua participação na obra "Darband", destacado no recém encerrado Festival de Filmes de Chicago.

    A condenação contraria esforços do presidente Rowhani, um centrista que foi eleito em junho graças a uma plataforma liberal para padrões iranianos. Rowhani prometeu aumentar liberdades para artistas, jornalistas e políticos. Seu governo anunciou recentemente a decisão de abrandar regras para publicação e tradução de livros.

    No mês passado, o governo libertou dezenas de prisioneiros políticos, alguns deles ligados ao movimento reformista.

    Mas clérigos e juristas ultraconservadores, influentes principalmente nos setores de segurança, se opõem à abertura, que consideram uma capitulação diante da pressão dos inimigos ocidentais e uma traição dos ideais da revolução de 1979.

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