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    Confronto entre Exército e grupo ligado à Al Qaeda deixa 75 mortos no Iraque

    DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

    03/01/2014 15h38

    Forças de segurança iraquianas com apoio de tribos aliadas mataram nessa sexta-feira ao menos 75 integrantes de um grupo vinculado à Al Qaeda na província de Al Anbar.

    Os confrontos entre as forças de segurança e grupos armados começaram na segunda-feira, após o desmantelamento pelas forças oficiais de um campo de opositores sunitas em Ramadi, capital da província, apresentado pelo governo como um "antro da Al-Qaeda".

    O grupo sunita Estado Islâmico do Iraque e Levante (EIIL), ligado à Al Qaeda, é hostil ao governo do primeiro-ministro xiita Nuri al-Maliki e assumiu na quinta-feira o controle de Falluja e de vários setores de Ramadi, duas localidades da província de Al-Anbar, de maioria sunita.

    Nesta sexta-feira, eles ganharam terreno após combates durante a madrugada no centro de Ramadi, segundo um capitão da polícia.

    Nos confrontos, 16 membros do EIIL morreram em Khaldiyah, leste de Ramadi, e outros 59 morreram no centro de Ramadi. Entre os mortos está Abu Abderrahmán al Bagdadi, um dos líderes dos terroristas.

    Não há um balanço geral dos cinco dias de violência. Quatorze pessoas morreram em confrontos na segunda e terça-feira após o desmantelamento do acampamento. Em Falluja, os combates prosseguem. Um coronel da polícia indicou que grande parte da cidade continua sob o controle do EIIL, enquanto as forças de segurança e líderes tribais controlam o resto da cidade e seus arredores.

    Os insurgentes do EIIL aproveitaram a retirada do Exército das cidades conturbadas da província de Al-Anbar na quarta-feira para avançar sobre as cidades.

    Na quinta-feira, o governo enviou reforços apoiados pelas tribos armadas para combater o EIIL em Ramadi. E em Falluja, os combates aconteceram entre os insurgentes e as forças especiais iraquianas.

    HISTÓRICO

    A província de Al-Anbar tornou-se há mais de um ano um reduto da contestação contra o primeiro-ministro Maliki, acusado de monopolizar o poder e marginalizar os sunitas.

    Falluja e Ramadi eram redutos da insurgência que se seguiu à invasão americana do Iraque, que derrubou Saddam Hussein, um sunita, em 2003.

    Dois anos após a retirada das últimas tropas americanas, em dezembro de 2011, as forças iraquianas lutam para lidar com insurgentes, encorajados pelo conflito na vizinha Síria, e o descontentamento da minoria sunita.

    O fim do campo foi uma vitória para o regime, mas a operação teve um alto custo para a segurança em Al-Anbar, além de acentuar as tensões com a comunidade sunita.

    "O poder, o controle territorial e a influência (do EIIL) se estende em Al-Anbar, mas concentra-se principalmente nas zonas rurais do deserto", ressalta Charles Lister, pesquisador do Brookings Doha Center.

    O descontentamento dos sunitas foi um fator determinante no aumento da violência no Iraque nos últimos meses.

    Segundo a ONG Iraq Body Count, que contabiliza as vítimas civis da violência desde a invasão americana, que derrubou o presidente Saddam Hussein, o ano de 2013 foi o mais sangrento em cinco anos, com 9.475 civis mortos.

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