O presidente do Uruguai, José Mujica, disse que o país vive uma crise com a Argentina pior do que a ocorrida em abril do ano passado quando numa gafe ele chamou Cristina Kirchner de "velha" e Néstor Kirchner de "caolho", sem saber que seu microfone estava ligado durante um evento.

"Essa crise é mais dura", disse Mujica em entrevista ao jornal chileno "El Mercúrio".

	27.ago.13/Efe
	Mujica e Cristina durante evento no Uruguai, em agosto

A crise a qual o mandatário se refere teve início em outubro quando o Uruguai autorizou o aumento da produção de celulose na fábrica UPM (ex-Botnia), em Fray Bentos. A papeleira está instalada às margens do rio Uruguai, que tem administração compartilhada com a Argentina, que alega que o aumento da produção gerará danos ambientais aos dois países.

A Argentina prometeu recorrer ao Tribunal Internacional de Haia para que a decisão seja revista. "A relação com a Argentina está fechada, mas tudo dependerá do que decida a senhora presidente e eu não tenho falado com ela", afirmou Mujica.

O uruguaio disse que não existe nenhuma reunião marcada entre ele e Cristina Kirchner e que "pode ser" que os dois conversem na próxima cúpula do Mercosul, marcada para 31 de janeiro em Caracas. "Penso que alguma saída teremos que encontrar [para esse problema]", declarou.