O assassinato da atriz e ex-miss Venezuela Mónica Spear Mootz, 29, e de seu ex-marido, o irlandês Thomas Berry, 39, na segunda-feira (6) à noite, gerou comoção no país e chamou novamente a atenção para os índices de violência venezuelanos, que estão entre os mais altos do mundo.

Segundo a imprensa local, Mónica viajava com o ex-marido da cidade litorânea de Puerto Cabello à capital, Caracas, quando o carro quebrou e tiveram de parar no acostamento. Durante o serviço mecânico, foram surpreendidos pelos assaltantes.

	Rungroj Yongrit/Efe
	Mónica Spear Mootz, em foto de 2005; ex-miss Venezuela foi morta em estrada do país após reagir a assalto na noite de segunda

Conforme a polícia, os dois reagiram ao assalto e foram baleados pelos criminosos, que também feriram a filha do casal, de cinco anos. A menina permanecia internada em estado grave, mas estável.

Embora separados, Mónica e Berry mantinham boas relações, de acordo com a mídia local. Os dois passavam férias na Venezuela, mas viviam nos EUA, onde trabalhavam para a TV Telemundo.

Segundo o diretor da polícia investigativa venezuelana, José Sierralta, cinco suspeitos do crime já foram detidos em Puerto Cabello, alguns deles menores de idade.

Em pronunciamento sobre o crime, o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, falou na "dor" e na "consternação" que o país sentia com o assassinato da ex-miss e afirmou que a violência é um "mal social" venezuelano.

O país sul-americano é um dos mais violentos do mundo, com 39 assassinatos por 100 mil habitantes, segundo disse na semana passada o ministro do Interior, Miguel Rodríguez –ele contestava números da ONG Observatório Venezuelano de Violência, segundo a qual a taxa chega a 79 por 100 mil habitantes.

Mónica Spears ganhou o concurso de Miss Venezuela em 2004, aos 20 anos. No ano seguinte, ficou em quarto lugar no Miss Universo, em Bancoc (Tailândia). Depois, deu início à carreira de atriz e participou de várias novelas.