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    Estopim de violência em 2011, ação policial que matou jovem em Londres foi legal, diz júri

    LEANDRO COLON
    DE LONDRES

    08/01/2014 17h47

    Estopim para a onda de protestos e violência em Londres no ano de 2011, a morte do jovem Mark Duggan ocorreu dentro de uma ação legal da polícia, segundo decidiu nesta quarta-feira o tribunal do júri sobre o caso.

    Então com 29 anos, Mark Duggan morreu em 4 de agosto daquele ano depois de ser baleado pela polícia na região de Tottenham. Sua morte desencadeou quatro dias de manifestações, saques, crimes, e confrontos pelas ruas de Londres. A confusão, que deixou marcas até hoje pela cidade, depois se espalhou para Manchester, Liverpool, entre outros lugares.

    Reprodução/Facebook/R.I.P Mark Duggan
    Mark Duggan morreu em 4 de agosto de 2011, depois de ser baleado pela polícia na região de Tottenham, Inglaterra
    Mark Duggan morreu em 4 de agosto de 2011, depois de ser baleado pela polícia na região de Tottenham, Inglaterra

    Dois anos e meio de depois da revolta nas ruas, os jurados decidiram, por 8 votos a 2, que a polícia agiu dentro da lei no episódio da morte de Duggan, apontado pelas autoridades como suspeito de ligação com homicídios, armas e drogas. Apesar de livrar a polícia, o júri respondeu que o jovem não portava em mãos uma arma na hora em que foi alvejado, após ser parado em um táxi - ele a teria jogado fora antes de ser abordado.

    O júri estava reunido havia quatro meses, período em que ouviu 93 testemunhas. O agente responsável pelos dois tiros que mataram Duggan, identificado publicamente apenas como "V53", alegou que agiu em legítima defesa porque tinha visto uma arma na mão direita da vítima. A mesma versão foi apresentada pelo colega do policial naquele dia, o "W70". Entretanto, as investigações apontaram que a arma existia, mas estava a cerca de seis metros de onde Duggan fora alvejado.

    A decisão de considerar legal a ação policial e, ao mesmo tempo, admitir que a vítima estava desarmada revoltou familiares e amigos que acompanharam o julgamento. Para a advogada da família, Willis Stewart, o resultado é "perverso". "Vamos continuar lutando por justiça", disse Shaun Hall, irmão do jovem morto.

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