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    Israel licita construção de 1.400 casas em assentamentos judaicos

    DIOGO BERCITO
    DE JERUSALÉM

    10/01/2014 09h35

    O governo de Israel anunciou nesta sexta-feira as licitações para 1.400 novas unidades habitacionais em Jerusalém Oriental e na Cisjordânia. A decisão foi recebida como mais um agravo às negociações de paz, desagradando inclusive membros da coalizão do primeiro-ministro Binyamin Netanyahu.

    A decisão de ampliar os assentamentos não vem como uma surpresa no país, em que tais anúncios têm sido coordenados com a soltura de prisioneiros palestinos, em um complicado jogo político para agradar, assim, diversos setores da população.

    A declaração vinha sendo adiada, entre negociações e visitas de John Kerry, secretário de Estado norte-americano. Mas, de acordo com relatos, Netanyahu tinha por meta não demorar em divulgar as construções para, assim, não desagradar a linha-dura de seu governo.

    As licitações incluem 600 unidades próximas ao bairro jerosolimita de Ramat Shlomo e outras 801 em assentamentos ao redor da Cisjordânia, entre eles Efrat e Ariel.

    Yair Lapid, ministro das Finanças de Israel, respondeu ao anúncio do Ministério da Habitação afirmando que as novas construções são uma má ideia a que seu partido, Yesh Atid, irá se opôr.

    Em comunicado oficial divulgado à imprensa, o negociador-chefe palestino Saeb Erekat -que recentemente renunciou à sua tarefa de dialogar com israelenses- afirmou que o "anúncio mostra o claro comprometimento israelense com a destruição dos esforços de paz".

    "O anúncio de mais assentamentos neste momento em particular é um teste para a administração americana considerar Israel como responsável por sabotar ativamente as negociações."

    As conversas pela paz entre Israel e a liderança palestina foram retomadas em 2013, após hiato, e devem durar até ao menos abril deste ano. As negociações são vistas como resultado dos esforços do secretário Kerry, e há forte pressão internacional para que deem frutos.

    Os assentamentos israelenses são considerados, porém, como um sério entrave à paz, já que impedem a criação de um Estado palestino contínuo na Cisjordânia.

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