• Mundo

    Tuesday, 30-Apr-2024 06:28:33 -03

    Extremistas sírios tentam recrutar ocidentais para atacar nos EUA, diz jornal

    DIOGO BERCITO
    DE JERUSALÉM

    10/01/2014 15h22

    Grupos extremistas sírios ligados à organização terrorista Al Qaeda tentam recrutar e treinar ocidentais em viagem à Síria para que realizem atentados ao retornarem para seus países, segundo reportagem publicada pelo jornal "New York Times".

    O diário cita membros da Inteligência e de contraterrorismo dos EUA, que divulgaram também a informação inédita de que ao menos 70 americanos viajaram à Síria ou tentaram fazê-lo nos últimos três anos, desde o início do conflito civil nesse país.

    A insurgência já deixou mais de 100 mil mortos na Síria, de acordo com as estimativas mais recentes da ONU. A organização afirmou neste ano, porém, que não irá atualizar as cifras devido à impossibilidade de confirmar as informações no país.

    Assim como o Afeganistão e o Iraque, no passado, a Síria tornou-se um ímã para extremistas islâmicos, atraindo-os e treinando-os no combate, no "jihad" (guerra santa) e na execução de atentados terroristas.

    Estima-se, por exemplo, que ao menos 1.200 muçulmanos europeus tenham ido à Síria para o combate desde o início da insurgência ali.

    Esse efeito de recrutamento preocupa as autoridades americanas, e o diretor do FBI afirmou anteontem que uma das prioridades de contraterrorismo no país é rastrear os norte-americanos que tenham voltado da Síria.

    "Sabemos que a Al Qaeda está usando a Síria para identificar indivíduos que possam recrutar [...] e torná-los soldados no futuro, possivelmente nos EUA", afirmou em anonimato uma fonte ao "New York Times".

    A maior parte dos americanos que viajaram à Síria permanecem ali, e alguns deles foram vítimas do conflito. O governo os rastreia com base em registros de viagens, comunicações eletrônicas interceptadas e textos nas mídias sociais.

    Parte da experiência em tais investigações remontam aos esforços, realizados nos últimos anos, em rastrear os americanos que viajaram à Somália para o combate.

    INTERNO

    O conflito civil na Síria passa por um momento de grave violência, com as disputas entre rebeldes moderados e grupos jihadistas, a exemplo do Estado Islâmico do Iraque e do Levante.

    O Observatório Sírio para os Direitos Humanos, baseado em Londres, afirmou nesta sexta-feira que quase 500 pessoas foram mortas em uma semana de disputa entre esses grupos, incluindo 85 civis.

    Os confrontos entre facções rebeldes enfraquecem a insurgência na Síria, para benefício do ditador Bashar al-Assad, que enfrenta assim uma oposição desunida nos esforços de destroná-lo.

    Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br

    Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.br

    Publicidade

    Folha de S.Paulo 2024