Os movimentos que governam os territórios palestinos criticaram o premiê israelense Ariel Sharon, que morreu neste sábado num hospital de Jerusalém, após passar quase oito anos em coma.
O secular Fatah, movimento ao qual pertence Mahmoud Abbas, o presidente da ANP (Autoridade Nacional Palestina), que governa a Cisjordânia, chamou o israelense de "criminoso".
"Sharon era um criminoso, responsável pelo assassinato do [líder palestino Yasser] Arafat, e esperávamos que comparecesse ante o Tribunal Penal Internacional como criminoso de guerra", disse à agência de notícias AFP o líder do Fatah, Jibril Rabub.
O Hamas, movimento radical islâmico que governa a faixa de Gaza, classificou a morte do premiê israelense de "momento histórico".
O movimento comemorou o "desaparecimento deste criminoso com as mãos cobertas de sangue palestino".
No Líbano, campos de refugiados palestinos receberam o anúncio da morte do israelense com tiros para o alto e festa.
Veja mais repercussões da morte de Sharon:
ISRAEL
Em Israel, o presidente Shimon Peres, que foi amigo e rival de Sharon, disse que o premiê foi um "corajoso soldado" e um "querido líder" que amou seu país e foi amado por ele. "Ele foi um dos maiores protetores de Israel e também um dos seus mais importantes arquitetos, que não conhecia o medo."
O atual primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu, disse que Sharon viverá "para sempre no coração da nação". Em comunicado, ele expressou "profundo pesar".
EUA
O presidente Barack Obama disse que Sharon foi "um líder que dedicou sua vida ao Estado de Israel".
"Em nome do povo americano, Michelle e eu enviamos nossas mais profundas condolências à família do ex-primeiro-ministro israelense Ariel Sharon e ao povo de Israel", afirmou em um comunicado divulgado pela Casa Branca.
"Reafirmamos nosso compromisso inabalável com a segurança de Israel. Continuamos a lutar por uma paz e segurança duradouras para o povo de Israel, inclusive através do nosso compromisso com o objetivo de dois Estados vivendo lado a lado em paz e segurança", acrescentou.
ALEMANHA
A chanceler Angela Merkel disse que Sharon foi "um patriota" que tomou a "corajosa decisão" de retirar colônias judaicas da faixa de Gaza. "Ariel Sharon foi um patriota israelense que conseguiu grandes conquistas para seu povo", disse.
Merkel ressaltou também o permanente compromisso de Sharon com as relações bilaterais com a Alemanha.