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    UE e Sérvia abrem negociações de adesão ao bloco europeu

    DA EFE

    21/01/2014 18h22

    A Sérvia iniciou nesta terça-feira oficialmente a negociação de sua adesão à União Europeia (UE) em um dia que tanto a delegação sérvia como a europeia definiram como "histórico", já que Belgrado alcançou acertar a normalização de suas relações com o Kosovo, fator-chave para iniciar o processo.

    "É um dia histórico para a Sérvia e a UE (...). A Sérvia é um exemplo inspirador nos Bálcãs Ocidentais", indicou o comissário europeu de Ampliação, Stefan Füle, em entrevista coletiva em Bruxelas com o primeiro-ministro sérvio, Ivica Dacic, que ressaltou o "significado histórico" desse dia para seu país.

    "É o evento mais importante para a Sérvia desde o fim da Segunda Guerra Mundial", destacou Dacic, que considerou que o caminho para entrar para a UE servirá para "definir a sociedade que queremos ter".

    O líder sérvio disse que agora as expectativas sobre seu país são "muito altas", mas garantiu que com "trabalho duro e dedicação" vão "fazer todo o possível para convencer" de que a Sérvia deve ser um país membro da UE, o que esperam conseguir em seis anos.

    O vice-primeiro-ministro, Aleksandar Vucic, enfatizou que trabalhando para chegar à UE "estamos investindo para melhorar a vida de nossos cidadãos".

    Füle advertiu por sua vez que abrir as negociações significa iniciar "uma fase muito exigente", e que nessa linha Belgrado "precisará continuar a normalização de relações com o Kosovo", a antiga província sérvia que se tornou independente em 2008, e negociar "de maneira inclusiva com seu Parlamento e a sociedade civil".

    O presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso, que também se reuniu com Dacic, manifestou em comunicado seu "elogio" à Sérvia por "seus esforços e os progressos realizados nos últimos anos", e ressaltou "as fortes aspirações europeias" de seus cidadãos.

    Particularmente, Barroso ressaltou o "histórico" acordo feito em abril do ano passado com mediação da chefe da diplomacia da UE, Catherine Ashton, no qual Belgrado e Pristina resolveram os pontos mais tensos de sua frágil relação bilateral, como a autonomia para os sérvios do norte do Kosovo em troca de desmantelar as estruturas de poder paralelas mantidas por essa comunidade desde 2008.

    O acordo abriu definitivamente a porta para que os europeus decidissem começar a negociar o acesso de Belgrado.

    Como principais desafios para a Sérvia, Barroso nomeou a reforma do Poder Judiciário, a luta contra a corrupção e contra o crime organizado, a reforma da administração pública, a independência de instituições-chave, a liberdade de imprensa e o combate contra a discriminação e a proteção das minorias.

    A abertura nesta terça das negociações foi decidida pelo Conselho de Ministros de Assuntos gerais da UE em 25 de junho de 2013 e confirmada pelos líderes comunitários em sua cúpula em dezembro passado.

    Para a UE, Belgrado alcançou o "grau necessário de cumprimento dos critérios de adesão" e, especialmente, deu "os passos para uma melhora visível e sustentável de suas relações com o Kosovo", destacou o Conselho da União em comunicado.

    Assim, a Sérvia "cumpre suficientemente" os critérios políticos e as condições do chamado "processo de estabilização e associação", e conseguiu "importantes avanços no estabelecimento de uma economia de mercado que funcione".

    O bloco europeu destacou que a Sérvia deveria estar em condições de assumir as obrigações da adesão "a médio prazo em quase todos os âmbitos do acervo" comunitário.

    Füle ressaltou que ao longo deste ano e até a primavera (hemisfério norte) de 2015 realizará um processo de "projeção" da negociação.

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