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    Presidente da Ucrânia aceita discutir reforma

    DIOGO BERCITO
    ENVIADO ESPECIAL A KIEV

    24/01/2014 16h08

    Em sinal de concessão, Viktor Yanukovich, presidente da Ucrânia, anunciou nesta sexta-feira que discutirá em reunião extraordinária do Parlamento, na próxima terça, a "remodelação" de seu governo e alterações em artigos da lei que restringe manifestações, mas não detalhou medidas.

    Ele afirmou, ainda, que manterá a decisão de libertar parte dos militantes detidos durante protestos, conforme acordado em reunião com os líderes da oposição, na quinta (23). Mas disse, também, que irá recorrer a "todos os meios legais" caso o impasse político seja mantido no país.

    Yanukovich parece ceder às manifestações iniciadas em novembro contra sua gestão. Na quarta-feira, embates entre opositores e as forças de segurança deixaram quatro mortos nos arredores da praça da Independência.

    Não é esperado, porém, que ele renuncie ao cargo. Tampouco deve remover o primeiro-ministro Mykola Azarov do gabinete ucraniano, outra das reivindicações dos manifestantes. Nas ruas, em meio a temperaturas em torno de -15ºC, a proposta não foi muito bem recebida pelos manifestantes.

    "Queremos os nossos direitos", disse à Folha Sergey, 23, que prefere não divulgar o sobrenome. "Não é normal que um governo atire contra seu povo. Vamos continuar na praça. O nosso poder está em ficarmos juntos."

    Conforme a noite avançava, jovens se amontoavam na barricada mais próxima da polícia, montada a poucos metros de distância. Havia o receio de novos confrontos.

    PODER

    Manifestantes tomaram, nos últimos dias, diversos edifícios públicos ao redor do país, incluindo o Ministério da Agricultura, de acordo com as informações do jornal local "Kyiv Post".

    As demonstrações de insatisfação com o governo se espalharam por outras regiões da Ucrânia, em especial as do oeste, menos afetadas pela esfera de influência russa.

    Os protestos na praça da Independência começaram após a decisão do presidente Yanukovich de reverter sua aproximação com a União Europeia e reforçar laços com a Rússia –que, em dezembro, ofereceu um desconto de 33% na importação de gás.

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