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    Espionagem dos EUA e do Reino Unido rastreia aplicativos de smartphones

    ISABEL FLECK
    DE NOVA YORK

    27/01/2014 16h28

    Documentos secretos da inteligência britânica revelam que a Agência Nacional de Segurança (NSA, da sigla em inglês) americana e a GCHQ, sua equivalente no Reino Unido, conseguem rastrear dados de usuários de aplicativos de smartphones.

    Entre as informações que podem ser coletadas estão desde modelo e tamanho da tela do telefone até localização, idade e gênero do usuário, segundo documentos vazados pelo ex-técnico da NSA Edward Snowden ao "New York Times", ao "Guardian" e à agência "ProPublica".

    Não está claro quando Snowden, asilado na Rússia, divulgou os novos papéis.

    A Casa Branca não falou sobre o tema nesta segunda-feira. À noite, porém, o Departamento de Justiça anunciou que permitirá às empresas de tecnologia divulgar casos em que o governo as obrigou a fornecer informações dos usuários.

    Essa foi uma das mudanças na NSA anunciadas pelo presidente Barack Obama no último dia 17, junto com a limitação da coleta de dados telefônicos pela agência a suspeitos e seus interlocutores.

    FOTOS DE CELULAR

    Um dos relatórios britânicos sobre rastreamento de smartphones, de 2012, afirma que é possível vasculhar aplicativos que mapeiam detalhes pessoais, como "alinhamento político" de um usuário ou sua orientação sexual.

    Os papéis não deixam claro a quantidade de dados coletada e armazenada pelas agências, quantos usuários teriam sido afetados ou se o monitoramento –classificado de "rotina"– extrapola as fronteiras dos dois países.

    Aplicativos mais antigos seriam os mais rastreados, mas as duas agências teriam a mesma capacidade sobre alguns mais recentes, como o jogo infantil "Angry Birds".

    Os governos americano e britânico estariam desenvolvendo desde 2007 modos de buscar e armazenar dados a partir de dezenas de aplicativos. Desde então, NSA e GCHQ colaboram entre si para rastrear a localização e informações sobre o planejamento de alvos que usem o Google Maps em seu smartphone.

    Elas ainda têm acesso a listas de contato, registros de telefone e até dados geográficos em fotos postadas, pelo celular, nos aplicativos do Facebook, do Flickr, do LinkedIn e do Twitter, entre outros.

    Em um slide de maio de 2010, a NSA sugere ter atingido o "cenário perfeito" para a espionagem: "Ter como alvo uma foto postada num site de mídia social por meio de um aparelho móvel. Que informações podemos obter?".

    A informação gerada por cada aplicativo é escolhida por seus criadores. Algumas delas, porém, já não configuram só os metadados (informações sobre o envio da mensagem), mas sim o conteúdo da comunicação. Os EUA alegam que a espionagem da NSA só abrange metadados.

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