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    Farc acusam Uribe de estar por trás dos grampos na Colômbia

    DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

    05/02/2014 14h23

    A guerrilha das Farc afirmou nesta quarta-feira que o ex-presidente de direita Alvaro Uribe (2002-2010) está por trás das supostas escutas ilegais dos delegados de paz do governo colombiano.

    "Alvaro Uribe está por trás disso, não esqueçam que Alvaro Uribe Vélez é o inimigo público número um da paz na Colômbia", afirmou à imprensa Iván Márquez, chefe negociador das Farc, nos diálogos de paz com o governo colombiano em Havana.

    Nas véspera, dois chefes de Inteligência do Exército da Colômbia foram substituídos em suas funções após denúncias na imprensa local sobre supostos grampos ilegais na equipe negociadora do governo nos diálogos de paz com as Farc, informou o ministro colombiano da Defesa, Juan Carlos Pinzón.

    Antes, o presidente Juan Manuel Santos classificou o caso como uma tentativa de "sabotar" as negociações com a guerrilha das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc).

    ENCONTRO EM HAVANA

    O ministro da Defesa da Colômbia, Juan Carlos Pinzón, determinou nesta terça-feira que seja investigado se representantes do governo que participam das negociações de paz com as Farc em Havana (Cuba) foram espionados por militares, como afirmou reportagem da revista "Semana".

    "Pedi ao comandante do Exército, general Juan Pablo Rodríguez, que investigue a situação de supostos grampos sobre a equipe equipe negociadora em Havana", escreveu o ministro em sua conta no Twitter.

    À noite, Pinzón anunciou o afastamento do general Mauricio Zúñiga, chefe de inteligência do Exército, e do também general Oscar Zuluaga, diretor da Central de Inteligência Técnica do Exército, enquanto as investigações sobre o caso se desenrolam.

    Segundo a revista, que durante 15 meses investigou o caso, foram monitoradas as comunicações privadas "de alguns dos integrantes da equipe negociadora do governo" a partir de um quarto em um restaurante popular e de um centro de aprendizagem de informática de Bogotá.

    Entre as pessoas supostamente espionadas estavam o chefe negociador do governo, Humberto de la Calle, o alto comissário de Paz, Sergio Jaramillo, e o diretor da Agência Colombiana para a Reintegração (ACR), Alejandro Eder, assim como líderes de esquerda, revelou à revista uma das fontes.

    A escuta foi comandada por um capitão do Batalhão de Inteligência Técnica do Exército Número 1, informou a revista, sem revelar o nome do oficial.

    Segundo a investigação, os locais usados como fachada funcionavam desde 12 de setembro de 2012, oito dias depois que o presidente colombiano, Juan Manuel Santos, confirmou que seu governo tinha iniciado contatos com as Farc para negociar um acordo de paz.

    As negociações começaram formalmente na capital cubana em 19 de novembro de 2012 e atualmente estão no terceiro ponto de discussão da agenda, que trata de drogas ilícitas.

    Durante a investigação, a revista consultou mais de 25 fontes, entre elas agências de inteligência americanas, altos comandantes do Exército colombiano, militares da inteligência e da contra inteligência e altos funcionários do Estado

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