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    Promotoria não encontra provas de espionagem a diálogo com as Farc

    DE SÃO PAULO

    06/02/2014 13h14

    A Promotoria da Colômbia informou na noite de quarta-feira que ainda não encontrou indícios da suposta espionagem aos negociadores do processo de paz com as Farc. O governo investiga se a operação, descoberta no início da semana, era legal ou ultrapassou os limites impostos pela Justiça.

    O esquema foi revelado na terça (4) pela revista "Semana". A publicação afirma que setores de inteligência militar monitoraram e-mails e aplicativos de trocas de mensagens de representantes do governo no diálogo com a guerrilha, que acontece desde novembro de 2012 em Havana.

    As buscas da Promotoria começaram pelos computadores de um restaurante e escola de informática usado como fachada para a espionagem. No entanto, apenas seis das 26 máquinas apreendidas tinham indícios do monitoramento e nenhuma delas trazia informações sobre os negociadores.

    Embora não tenham encontrado as informações ilegais, os investigadores descobriram um grande esquema de espionagem, que teria invadido cerca de mil computadores usando um vírus. A hipótese mais provável é que essas informações tenham sido repassadas apenas à Polícia e à Promotoria.

    Pouco antes do relatório dos investigadores, o presidente Juan Manuel Santos afirmou que a loja que foi alvo da busca era um posto legal dos serviços de inteligência. Porém, a informação não era de conhecimento da Promotoria.

    "Se o promotor soubesse que o restaurante era uma fachada para a espionagem, ele não teria feito a apreensão".

    O mandatário afirma que ainda espera indícios que provem se os agentes ultrapassaram os mandados legais para tomar providências. A Promotoria ainda deve ouvir o chefe de inteligência do Exército, Mauricio Ricardo Zúñiga, e o chefe da Central de Inteligência Técnica, Jorge Andrés Zuluaga.

    Os dois foram afastados pelo Ministério da Defesa logo após a denúncia. O dono do restaurante onde estavam os computadores também deverá ser ouvido.

    "FORÇAS OBSCURAS"

    Na terça (4), quando foi revelada a denúncia, Santos havia atribuído a espionagem a "forças obscuras" que estavam interessadas no fim do processo de paz com as Farc. Já a guerrilha acusou o ex-presidente Álvaro Uribe, ex-aliado de Santos e que se opõe às negociações.

    Em resposta, Uribe criticou as acusações e o afastamento dos militares envolvidos nas denúncias. "É ruim para a pátria que militares sejam abatidos como bodes expiatórios em favor da cumplicidade do governo com as Farc".

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