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    EUA liberarão presos de Guantánamo após troca com Taleban, diz jornal

    ISABEL FLECK
    DE NOVA YORK

    18/02/2014 12h21

    O governo americano decidiu libertar cinco prisioneiros do Taleban detidos em Guantánamo em troca do sargento americano Bowe Bergdahl, 27, capturado no Afeganistão pelos insurgentes em junho de 2009.

    Segundo o "Washington Post", a ideia é que os prisioneiros talebans sejam libertados "sob custódia" no Qatar, de uma só vez, simultaneamente à entrega de Bergdahl as autoridades americanas.

    As negociações já duram mais de dois anos, mas o governo Obama pretende trazer o militar de volta para os EUA antes da retirada das tropas do Afeganistão, neste ano.

    Acredita-se que Bergdahl esteja sendo mantido no Paquistão, pela rede Haqqani, grupo aliado do Taleban.

    Até agora, o Taleban afegão vinha resistindo às ofertas de Washington para libertar os seus prisioneiros de forma gradual como forma de testar a habilidade do intermediário Qatar em evitar que eles retornassem à insurgência.

    Em janeiro, a Casa Branca, o Pentágono e o Departamento de Estado teriam concordado em liberar os cinco de uma vez, segundo fontes envolvidas nas negociações. A oferta ainda não foi formalizada pelo governo dos EUA.

    Os nomes dos prisioneiros de Guantánamo a serem libertados também não foram divulgados, mas entre os cinco reivindicados pelos talebans estão Khairullah Khairkhwa, ex-governador de Herat, e o mulá Mohammed Fazl, ex-alto comandante militar dos insurgentes.

    Segundo o porta-voz do Pentágono John Kirby, o sargento americano já ficou preso "por muito tempo". "Nós queremos trazê-lo de volta. Nós nunca deixamos de tentar fazer isso. Ele nunca saiu dos nossos pensamentos", disse.

    Para fontes do governo americano consultadas pelo "Washington Post", contudo, as negociações com o Taleban sobre Bergdahl não devem abrir caminho para a discussão com os insurgentes sobre o futuro do Afeganistão.

    Nos últimos meses, a relação entre os governos americano e afegão vem se deteriorando, com a aproximação do presidente Hamid Karzai do Taleban em negociações secretas, sem a interferência dos EUA.

    O líder afegão tem resistido ainda a fechar um acordo com Washington sobre a permanência de parte das tropas americanas após a retirada programada para este ano.

    Segundo membros do governo, um novo vídeo do militar americano foi interceptado em dezembro pelo Pentágono antes de ser divulgado pelos insurgentes.

    Esta seria a primeira prova em quase três anos de que Bergdahl ainda está vivo.

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