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    Saiba mais sobre Yulia Timoshenko, a dama de ferro ucraniana

    DA AFP

    23/02/2014 08h11

    Libertada neste sábado (22) após mais de dois anos de prisão, a líder opositora ucraniana Yulia Timoshenko tem fama de ser uma dama de ferro por sua excepcional combatividade.

    Durante a crise política que sacudiu a Ucrânia a partir de novembro do ano passado, Timoshenko se revelou uma líder opositora radical contra o regime de Viktor Yanukovich, eleito em 2010.

    Após as forças da ordem abrirem fogo contra os manifestantes em pleno centro de Kiev, na quinta-feira passada, causando dezenas de mortes, a ex-primeira-ministra exigiu o julgamento de Yanukovich pelos "assassinatos em massa".

    No dia seguinte, sob pressão da União Europeia, Yanukovich deu seu aval a eleições presidenciais antecipadas e o Parlamento aprovou uma lei para libertar Timoshenko.

    A carreira política desta mulher de 53 anos começou em 1997, ao ser eleita parlamentar. Em 1999, tornou-se vice-premiê do governo de Viktor Yushenko, seu futuro aliado na Revolução Laranja e então primeiro-ministro do presidente Leonid Kuchma.

    No final de 2004, Timoshenko se aliou a Yushenko na liderança da revolta pacífica que invalidou –por fraude– a vitória de Viktor Yanukovich, sucessor designado por Kuchma, mas já no poder.

    Após abandonar o governo, Timoshenko retornou ao poder em 2007, onde permaneceu até as eleições presidenciais de 2010, vencidas por Yanukovich.

    Em 2011, foi condenada a sete anos de prisão por firmar como chefe de governo um acordo sobre gás com a Rússia em condições consideradas desfavoráveis para a Ucrânia.

    Também foi acusada de cumplicidade no assassinato de um deputado, o que sempre negou.

    A prisão de Timoshenko e sua condenação se tornaram um problema nas relações entre Ucrânia e os países ocidentais, que sempre exigiram sua libertação.

    Atrás das grades, Timoshenko fez uma greve de fome de três semanas para protestar contra a violência que sofria na prisão.

    Transferida em maio de 2012 para um hospital de Kharkiv, para ser tratada de problemas na coluna, Timoshenko acusou Yanukovich de submetê-la à vigilância por vídeo durante 24 horas, incluindo no banheiro.

    Seus adversários políticos a consideram uma mera oportunista e uma manipuladora, com muitas passagens obscuras em sua carreira.

    Nascida em 27 de novembro de 1960, dirigiu como engenheira uma importante companhia de energia durante a época da União Soviética, aproveitando o monopólio da importação do gás russo pela Ucrânia após a independência do país, em 1991.

    Segundo seus detratores, cooperou estreitamente com Pavlo Lazarenko, ex-premiê detido nos Estados Unidos por lavagem de dinheiro.

    Seu marido, Olexandre, obteve asilo político na República Tcheca após a prisão de Timoshenko; e sua única filha, Evguenia, lutava sem descanso pela libertação na mãe, multiplicando contatos com o Ocidente.

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