• Mundo

    Wednesday, 01-May-2024 10:17:14 -03

    Governo venezuelano bloqueia acesso a redes sociais

    SYLVIA COLOMBO
    ENVIADA ESPECIAL A CARACAS

    24/02/2014 03h00

    As redes sociais parecem ser a última fronteira da batalha do governo venezuelano contra os meios de comunicação independentes.

    Depois de expropriar TVs e afogar economicamente os principais jornais (há mais de 20 sob ameaça de fechamento por falta de dólares para importar insumos), o governo, por meio do provedor CANTV, adotou a estratégia de derrubar temporariamente as páginas do Facebook e do Twitter, além de aplicativos de trocas de mensagens.

    O presidente Nicolás Maduro já demonstrou que o assunto é prioridade ao instituir, em janeiro, o vice-ministério de Redes Sociais, subordinado ao Ministério da Comunicação e Informação.

    "Estamos driblando o problema nos conectando a provedores de fora da Venezuela", disse o estudante de informática Jorge (ele não quis revelar o sobrenome), 20, presente nas recentes manifestações antichavistas em Caracas.

    "Há várias formas de burlar esses bloqueios, e, se derrubam um aplicativo, amanhã outros dez aparecerão. É uma batalha perdida para eles se quiserem realmente combater vozes opositoras por essa via", acrescentou.

    As redes sociais são o principal meio de divulgação e comunicação dos participantes das marchas contra o governo de Nicolás Maduro, que começaram há duas semanas e já deixaram oito mortos.

    O mais novo alvo do assédio do governo é o aplicativo Zello, muito popular na Venezuela. Trata-se de uma espécie de "walkie talkie", específico para smartphones, que permite enviar uma mensagem de voz a uma pessoa ou a um grupo de pessoas.

    Estudantes venezuelanos usam o aplicativo para convocar manifestações e falar sobre sua movimentação.

    O diretor geral do Zello, Bill Moore, disse à agência Associated Press que o aplicativo teria sido bloqueado na Venezuela pelo provedor CANTV, empresa estatizada por Hugo Chávez em 2007.

    Preocupado com seus milhares de usuários no país, Moore disse que a companhia desenvolve atualizações que permitam furar o bloqueio.

    A reclamação foi tanta que a CANTV emitiu um comunicado oficial, desmentindo "enfática e categoricamente que esteja envolvida na falha reportada por usuários".

    Os jornalistas que cobrem os protestos na Venezuela têm tido dificuldade em usar o Twitter. A reportagem da Folha experimentou quedas da página na última semana.

    Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br

    Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.br

    Publicidade

    Folha de S.Paulo 2024