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    Rússia questiona legitimidade de governo interino ucraniano

    DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

    24/02/2014 10h31

    O primeiro-ministro russo, Dmitri Medvedev, questionou hoje a legitimidade do novo governo interino ucraniano, após a deposição do presidente pró-Moscou Viktor Yanujovich.

    "Ali não temos com quem conversar. Temos sérias dúvidas sobre a legitimidade de uma série de órgãos de poder que agora estão funcionando no país", disse Medvedev em Sochi, ao explicar porque a Rússia chamou no domingo seu embaixador em Kiev, Mijail Zurábov, para consultas.

    "Alguns de nossos parceiros estrangeiros não acham o mesmo. Não sei que Constituição leram, mas é uma aberração chamar de legítimo o que, na realidade, é resultado de uma insurreição armada", disse, em referência ao reconhecimento, por parte de alguns países ocidentais, das novas autoridades ucranianas.

    Segundo Medvedev, se for ser considerado governo "quem passeia por Kiev com máscaras pretas e fuzis automáticos Kalashnikov, então com esse governo será muito difícil trabalhar".

    "Não entendemos o que está acontecendo ali, se existe ameaça aos nossos interesses e às vidas de nossos cidadãos."

    AJUDA FINANCEIRA

    O governo interino da Ucrânia disse nesta segunda-feira que precisa de 35 bilhões de dólares em ajuda internacional pelos próximos dois anos.

    O presidente interino, Oleksander Turchinov, conduzido ao cargo após Viktor Yanukovich ter sido deposto pelo Parlamento no sábado, disse no domingo que a Ucrânia estava próxima da falência e que a economia está à beira de um colapso.

    "Pelos últimos dois dias, nós consultamos e nos reunimos com embaixadores da União Europeia, dos EUA e de outros países e instituições financeiras sobre uma entrega urgente de assistência macrofinanceira para a Ucrânia", disse o ministro das Finanças interino, Yuri Kolobov, em comunicado.

    Segundo ele, a conferência internacional de doadores deveria envolver representantes da UE, dos EUA e do Fundo Monetário Internacional.

    A Ucrânia tem 6 bilhões de dólares em dívida pública a vencer até o final de 2014.

    Em um pronunciamento à nação no domingo, Turchinov falou sobre a grande dimensão da tarefa à frente da nova liderança da Ucrânia, e determinou a estabilização da economia como prioridade.

    "Ante um pano de fundo de recuperação econômica global, a economia ucraniana se dirige ao abismo", disse. "A tarefa do novo governo é interromper a queda do país para o abismo, estabilizar o câmbio, garantir o pagamento em dia dos salários e pensões, recuperar a confiança dos investidores e promover o desenvolvimento de empreendimentos e a criação de empregos."

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