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    Manifestantes montam barricadas nas ruas de Caracas

    DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

    24/02/2014 13h52

    Manifestantes contrários ao governo montaram barricadas na capital da Venezuela nesta segunda-feira, depois da morte de pelo menos 11 pessoas em manifestações.

    O tráfego ficou confuso em Caracas após manifestantes queimarem e empilharem lixo nas principais avenidas da capital. Também em outras cidades as principais vias foram bloqueadas, fazendo com que mesmo prefeitos de oposição ao governo pedissem o fim das barricadas.

    "Uma coisa são os protestos pacíficos, não violentos e inteligentes (...) e outra coisa é nos prejudicarmos entre nós", postou David Smolansky, prefeito de Hatillo, no Twitter. "Temos pessoas que devem ser atendidas por uma emergência, temos médicos que devem atender a seus pacientes, sensatez!", acrescentou.

    O prefeito de Valência, Miguel Cocchiola, declarou a várias emissoras que tentou dialogar principalmente "com os moradores da região norte da cidade para que abram alguma via" e destacou que "as manifestações pacíficas são as únicas permitidas".

    "Apelo à paz, não queremos mais mortos nem famílias de luto (...) há espaços que temos que abrir, há lugares onde não pode passar uma ambulância, um policial nem o transporte de alimentos", declarou à "Unión Radio".

    Os protestos são, até agora, o maior desafio enfrentado pelo presidente Nicolás Maduro durante o seu governo de dez meses. Porém, não há sinais de que ele possa sair do poder ou que os carregamentos de petróleo do maior exportador do produto da América Latina possam ser afetados.

    ENCONTRO COM OPOSIÇÃO

    O líder da oposição Henrique Capriles, 41, foi convidado para se encontrar à tarde com Maduro, como parte de um encontro entre prefeitos e governadores que poderia abrir o diálogo entre oposição e governo após duas semanas de violência.

    "Se há uma coisa que esses protestos violentos fizeram, foi unir o chavismo", afirmou Maduro, na noite de domingo, em referência ao regime de 14 anos do seu antecessor, Hugo Chávez.

    Capriles e outros líderes da oposição exigem que o governo liberte o líder preso das manifestações, Leopoldo López, e mais uma dezena de estudantes que participavam de protestos.

    Eles também querem que Maduro desarme grupos pró-governo e faça algo em relação a problemas como criminalidade e falta de produtos básicos. Alguns líderes estudantis, no entanto, querem a saída do presidente.

    Maduro, herdeiro político de Chávez, acusa os adversários de planejar um golpe com o apoio de Washington.

    Capriles, que perdeu espaço político na oposição para López, criticou as declarações de Maduro e disse não saber se iria à reunião com presidente nesta tarde.

    "Depois de tantas mentiras e insultos, estamos consultando as comunidades sobre a nossa ida", disse ele, via Twitter.

    Os dois lados planejam reuniões e comícios nesta segunda-feira.

    A mãe de López disse que o filho preso está bem. "Ele é forte, mas ele é um prisioneiro. Para uma mãe, é terrível ver o filho na cadeia", declarou Antonieta López à Reuters.

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