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    Brasil e União Europeia avançam na negociação sobre cabo de comunicação

    LEANDRO COLON
    ENVIADO ESPECIAL A BRUXELAS

    24/02/2014 18h28

    O encontro da presidente Dilma Rousseff com dirigentes da União Europeia em Bruxelas nesta segunda-feira serviu para avançar as conversas de criação de um cabo de comunicação que liga o Brasil ao continente europeu.

    Na declaração à imprensa, Dilma e os presidentes do Conselho Europeu, Herman Van Rompuy, e da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso, demonstraram interesse conjunto em levar adiante a proposta, capitaneada pelo Palácio do Planalto. O governo brasileiro quer atrair investimentos europeus para ajudar a bancar o projeto, avaliado em ao menos US$ 185 milhões (R$ 435 milhões).

    "Temos consciência da importância dessa ligação, de que a situação atual exige que ela seja feita com toda a segurança e com toda proteção requerida de criptografia, e estamos extremamente interessados na possibilidade do que isso trará para as áreas de educação, pesquisa e inovação, comércio e a própria segurança na internet", disse a presidente.

    O projeto ganhou força dentro do governo brasileiro e entre países europeus após o escândalo de espionagem cibernética dos Estados Unidos contra autoridades, incluindo a própria presidente Dilma e a chanceler alemã, Angela Merkel. A ideia é que um cabo de fibra ótica de alta capacidade ligue Fortaleza a Lisboa, aumentando o poder de comunicação entre as duas partes nas áreas de internet, comercial, pesquisas, entre outras.

    O presidente da Comissão Europeia confirmou que o tema foi discutido na reunião privada com a presidente Dilma, em Bruxelas. "Concordamos hoje na importância da construção de um cabo de fibra ótica que vai ligar a América Latina à Europa, com os pontos de entrada e chegada em Fortaleza e Lisboa", disse Durão Barroso. "Este projeto contribuirá para aumentar a competitividade, reduzir os custos das ligações e dar um novo impulso ao crescimento da economia digital", afirmou.

    O seu colega de UE compartilhou de discurso parecido. Herman Van Rompuy destacou a relação do projeto com as discussões sobre segurança cibernética e citou a conferência de governança na internet que o Brasil sediará entre 23 e 24 de abril. "Nós dividimos o comum interesse em proteger a internet livre, que traz enormes progressos sociais e econômicos. Ao mesmo tempo, vamos continuar reforçando a proteção de dados e os padrões de privacidade. O novo cabo submarino, ligando Europa e América Latina, daria uma importante contribuição a esses esforços", disse o presidente do Conselho Europeu.

    O cabo submarino começaria a ser implantado em 2015. A proposta também é considerada estratégica porque hoje o Brasil depende predominantemente de cabos dos EUA para sua comunicação externa, o que desagrada o governo Dilma sobretudo após o escândalo da espionagem revelado pelo ex-agente da NSA Edward Snowden.

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