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    Yanukovitch diz ser presidente da Ucrânia e pede ajuda a Moscou

    DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

    27/02/2014 07h52

    Viktor Yanukovitch ainda se considera presidente da Ucrânia e chama de ilegítimas as decisões tomadas pelo Parlamento, que votou sua destituição e nomeou autoridades de transição, segundo uma declaração enviada a agências de notícias russas.

    O chefe de Estado destituído, que permanece em paradeiro desconhecido desde sábado, quando tentou, sem sucesso, embarcar em um avião em Donetsk (leste do país), não informa no texto sua localização.

    Ele pede ao governo da Rússia que garanta sua" segurança pessoal" ante os "extremistas".

    NOVO PREMIÊ

    O Parlamento ucraniano designou nesta quinta-feira por unanimidade o pró-europeu Arseni Yatseniuk como primeiro-ministro do governo de transição.

    Yatseniuk dirigirá o governo de união nacional que tomará as rédeas do país antes das eleições presidenciais antecipadas previstas em 25 de maio.

    Yatseniuk é jurista e economista e se impôs como um dos líderes opositores ao presidente destituído Viktor Yanukovytch.

    RÚSSIA RESPONDE

    Pouco depois, uma fonte do governo russo, citada por agências do país, afirmou que Moscou atendeu o pedido de Yanukovitch de garantir sua segurança pessoal em território russo, o que dá a entender que o presidente destituído está na Rússia.

    "Visto que Yanukovitch se dirigiu às autoridades russas para pedir que lhe garantam sua segurança pessoal, informamos que esse pedido foi satisfeito em território russo", disse a fonte citada por agências locais.

    Anteriormente, Moscou tinha negado que Yanukovitch, sobre quem pesa uma ordem de busca e captura internacional, estivesse em território russo.

    UNIÃO EUROPEIA

    A União Europeia (UE) negou nesta quinta-feira que Yanukovich seja a autoridade legítima do país, como defendem as autoridades russas e o próprio líder.

    "O Parlamento ucraniano, que é a autoridade legítima para nós na Ucrânia, tomou uma decisão com uma maioria muito ampla há poucos dias e o presidente que foi designado é para nós o presidente da Ucrânia", afirmou o porta-voz comunitário Olivier Bailly durante a entrevista coletiva diária da Comissão Europeia (CE).

    No último dia 22 de fevereiro, com respaldo de 285 dos 339 deputados presentes na sala, a Rada Suprema (Parlamento ucraniano) aprovou a nomeação de Alexandr Turchinov, mão direita da ex-primeira-ministra Yulia Tymoshenko, como presidente do país interino e encarregado de formar um novo governo.

    O presidente interino anunciou na última terça-feira que, após as consultas para decidir quem lideraria o novo Executivo, a Rada Suprema votaria finalmente o novo governo de união nacional nesta quinta-feira.

    "Quando o governo for investido pela Rada, que ocorrerá muito em breve, a UE reagirá rápido e veremos quais são as opções", assinalou o porta-voz da UE, que insistiu que as decisões da Rada "são legítimas" e, por isso, devem ser respeitadas.

    Pouco tempo depois das declarações do porta-voz comunitário Olivier Bailly, a Rada Suprema aprovou por uma maioria arrasadora a candidatura de Arseni Yatseniuk ao cargo de primeiro-ministro do governo de União Nacional na Ucrânia, que se encarregará de dirigir este país até as eleições presidenciais do dia 25 de maio.

    O bloco, por sua vez, ressaltou que estaria disposto a apoiar a Ucrânia, tanto "econômica como politicamente" a curto e médio prazo, assim como na finalização do acordo de associação que já havia sido pactuado em novembro.

    "Estamos prontos para terminá-lo uma vez haja um governo legítimo", sustentou Bailly, em referência à próxima nomeação do governo de unidade, que acrescentou que sua posição "não mudou desde novembro".

    "A prioridade é ter uma situação política estável", assegurou o porta-voz ao lembrar que a UE defende um diálogo inclusivo entre todos os atores políticos do país.

    MINISTRO RUSSO CONVOCADO

    O encarregado de negócios russo na Ucrânia, Andrei Vorobiev, foi convocado para consultas nesta quinta-feira ao Ministério das Relações Exteriores em Kiev, informou este departamento.

    O Ministério entregou ao diplomata uma nota na qual solicita à Rússia que se abstenha de qualquer movimento de tropas de suas unidades da Frota do Mar Negro fora de suas bases.

    Segundo a Chancelaria ucraniana, também se entregou a Vorobiev outra nota "relacionada com o artigo 7 do Acordo de amizade, cooperação e parceria entre Ucrânia e a Federação Russa" de 1997.

    O Ministério lembra que "a Rússia, como país-fiador, de acordo com o memorando de Budapeste de 5 de dezembro de 1994, assumiu o compromisso de respeitar a independência, a soberania e as fronteiras existentes da Ucrânia".

    A citação do encarregado de negócios russo acontece depois que o presidente interino da Ucrânia, Aleksandr Turchinov, exigiu ao comando da Frota russa do Mar Negro que mantenha em suas bases as tropas que tem em território ucraniano.

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