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    Leia carta do prefeito de Caracas a Dilma Rousseff

    DE SÃO PAULO

    01/03/2014 03h00

    Leia abaixo a íntegra da carta de Antonio Ledezma, prefeito metropolitano de Caracas, à presidente do Brasil, Dilma Rousseff, traduzida do espanhol.

    *

    Excelentíssima senhora

    Dilma Rousseff

    Presidenta da República Federativa do Brasil

    Brasília

    Senhora Presidenta:

    Dirijo-me à senhora nestes momentos de preocupação e angústia que vivemos os democratas venezuelanos, como resultado da violência propiciada pelo governo do meu país, que cobrou 15 vítimas fatais, centenas de feridos, 539 detidos e 18 torturados, que se somam às violações dos direitos humanos, consequência da repressão que se produziu como resposta desmedida contra as manifestações pacíficas iniciadas pelos estudantes, cuja finalidade foi expressar sua indignação pela profunda crise econômica, social e política que vive o país.

    Esperamos, senhora presidenta, que você, que sofreu a repressão de um regieme militar, se solidarize com nosso povo, já que, sendo vítima da ditadura, e havendo experimentado o que significa a violação dos direitos humanos, não deve endossar a situação atual na Venezuela.

    Tive a oportunidade de ser convidado pela Comissão das Relações Exteriores do Senado de seu país ao tratar do tema da incorporação da Venezuela ao Mercosul e me ver entre tantas personalidades destacadas, como o presidente do Senado, José Sarney, com os ex-presidentes da República Fernando Collor de Mello e Fernando Henrique Cardoso e com senadores e deputados de diferentes partidos, entre eles os do PT, e ressaltei nessa oportunidade a necessidade de que, com o ingresso da Venezuela no Mercosul, se exigisse o cumprimento da cláusula democrática contemplada no Protocolo de Ushuaia.

    Igualmente, o ex-prefeito de Chacao, Leopoldo López –que hoje está preso por respaldar pacificamente os manifestantes– fez várias visitas ao Brasil para manifestar nosso apego aos procedimentos de solução pacífica e democrática das nossas diferenças.

    É por ele que me dirijo muito respeitosamente à senhora para solicitar que seu governo, apegado à democracia e à proteção dos direitos humanos, se pronuncie –como o fizeram vários países da América Latina, da União Europeia e do mundo– para condenar estas práticas de violação ao pluralismo, práticas que devem ser erradicadas da nossa América do Sul.

    Receba, senhora presidenta, o chamado esperançoso da Venezuela democrática que espera o apoio de seu vizinho do sul.

    Atentamente,

    Antonio Ledezma

    Prefeito metropolitano de Caracas

    Tradução de DANIEL MÉDICI

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