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    Colombianos votam em eleições legislativas

    DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

    09/03/2014 15h53

    Os colombianos votam neste domingo (9) para eleger um novo Congresso, que terá um papel decisivo na implementação do acordo de paz que está sendo negociado pelo governo com guerrilheiros das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) para colocar fim a cinco décadas de violentos conflitos no país.

    A eleição também colocará à prova a coalizão do governo do presidente Juan Manuel Santos, que tentará a reeleição em maio e poderá perder aliados no Congresso para seu antecessor, Álvaro Uribe.

    O ex-presidente, favorito para ganhar um assento no Senado com seu partido, o Centro Democrático, e que também pretende manter os outros assentos, é o principal crítico das negociações de paz entre o governo e as Farc.

    "É uma escolha muito importante, o Congresso que será eleito vai ter um papel especialmente importante no momento que o país está vivendo, por exemplo, no processo de paz," disse Santos, antes do início da votação.

    Mais de 32 milhões de eleitores estão habilitados para votar e renovar 102 assentos no Senado e 168 na Câmara dos Deputados, em eleições historicamente caracterizadas pela abstenção, em um país onde o voto não é obrigatório.

    Um efetivo de 260 mil membros das Forças Armadas trabalha para garantir a segurança da eleição. Ao contrário de pleitos anteriores, não há relatos de ataques da guerrilha.

    Santos tem cerca de 80% de apoio no legislativo. Isso lhe permitiu aprovar importantes leis econômicas e sociais, como a que devolve terras dos camponeses deslocados pela violência e indeniza as vítimas.

    URIBE NA OPOSIÇÃO

    Esse apoio pode ser reduzido com o avanço de Uribe na oposição, dizem analistas. Porém, não deve reduzir o apoio necessário para impulsionar as reformas, já que para isso é necessário apenas uma maioria simples. Se conseguir lugar no Senado, Uribe pode tentar bloquear leis que permitam que os líderes das Farc entrem para a política sem que sejam presos.

    O governo e as Farc chegaram a um acordo preliminar no final de 2013, que permitiria que o grupo rebelde se transforme em um partido político.

    Uribe se opõe a que os líderes das Farc, que são considerados terroristas pelos Estados Unidos e pela União Europeia, possam ser eleitos congressistas no futuro, sem que tenham cumprido suas penas na prisão por crimes cometidos durante os tempos de conflito.

    A intenção do presidente é de chegar a um acordo com a guerrilha o mais rápido possível, para passar para a história como o homem que pôs fim a um conflito que já matou mais 200 mil pessoas.

    Após ter registrado seu voto neste domingo, Uribe disse que votou pela liberdade de seu país e também pela "dissidência democrática na Venezuela".

    "Votei por meu partido Centro Democrático, pela liberdade, pela segurança, pela igualdade, pela iniciativa privada, pelo Estado austero, pela participação cidadã", afirmou Uribe a jornalistas.
    "Votei contra o sanguinário castro-chavismo, que alguns querem trazer para a Colômbia", acrescentou.

    ELEIÇÃO DE MAIO

    Santos é o favorito para ganhar a reeleição em maio, mas uma enorme quantidade de votos em branco e indecisos poderá levar a eleição a um segundo turno, possivelmente com Oscar Iván Zuluaga, o candidato de Uribe.

    Se ganhar, Santos também vai precisar do Congresso para implementar as reformas que pretendem reduzir o desemprego, a pobreza que afeta quase a metade dos 47 milhões de habitantes do país e dar um impulso na quarta economia da América Latina, com maiores investimentos estrangeiros.

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