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    Presidente da Colômbia perde maioria absoluta no Senado

    DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

    10/03/2014 03h42

    A coalizão do presidente Juan Manuel Santos perdeu a maioria absoluta no Senado colombiano nas eleições de domingo, enquanto o partido do ex-presidente Álvaro Uribe, que se opõe às negociações de paz com as Farc, foi o segundo mais votado.

    Apesar da conquista da oposição com a eleição de Uribe para senador pelo partido Centro Democrático, Santos, no poder desde 2010 e que negocia a paz com as Farc desde 2012, conseguiu reunir a maioria legislativa antes das presidenciais de 25 de maio, nas quais buscará a reeleição.

    O partido de Uribe denunciou nesta segunda que a eleição foi fraudada pelo partido de Santos, que teria comprado votos e feito campanha enganosa.

    "O Centro Democrático vê com gravidade que o Partido da U [de Santos] chegue ao Congresso enganando aos eleitores e que a Colômbia tenha um presidente que quer a reeleição valendo-se de práticas enganosas", criticaram em comunicado.

    A coalizão de centro-direita de Santos conquistou 47 das 102 cadeiras do Senado, segundo a apuração oficial de 98,05% dos votos divulgada pelo Registro Nacional, autoridade eleitoral. Em 2010, eram 53 cadeiras.

    "É um sinal importante para o país e para o mundo inteiro, [mostra] que a imensa maioria quer a paz", destacou o presidente colombiano ao fim da eleição. Santos ainda convidou Uribe a "deixar de lado os ódios e trabalhar pelo país".

    A Missão de Observação Eleitoral da Organização dos Estados Americanos (OEA) expressou preocupação com o baixo número de eleitores no domingo. Na Colômbia, o voto é facultativo e somente cerca de 43,58% da população foi às urnas.

    Na Câmara de Representantes, que, como o Senado, compõe o Congresso colombiano, o governo também lidera a votação, com 91 de 163 assentos, após a apuração de 97,98% dos votos, segundo a autoridade eleitoral.

    Apesar de manter a maioria absoluta, o governo perdeu 11 cadeiras em comparação com 2010.

    O partido de Uribe ganhou em 12 dos 32 departamentos e nas principais cidades, como Bogotá (20,27%) e Medellín (34,94%), enquanto em Cali venceram os liberais (12,59%).

    As eleições do domingo foram as mais tranquilas dos últimos anos. Em 2010, foram 72 episódios de violência –em geral, ataques das Farc– contra 12 este ano.

    FARC

    Presidente entre 2002 e 2010, Uribe emergiu como o novo líder da oposição ao chegar ao Senado e conquistar para 20 assentos seu partido.

    "Hoje nasceu o Centro Democrático, para um país sem vacilações contra o terrorismo", declarou o ex-presidente na divulgação dos resultados.

    Embora não tenha um número suficiente de cadeiras para bloquear o governo no Congresso, Uribe deve tentar obstruir a legislação caso um acordo de paz seja firmado. Para ele, as Farc devem ser derrotadas militarmente.

    O conflito no país já dura 50 anos e deixou mais de 200 mil mortos.

    As negociações são feitas em Havana, Cuba, e atualmente estão no terceiro ponto de discussão da agenda, que trata de drogas ilícitas. Já houve acordos parciais sobre a questão agrária e sobre o tema da participação política.

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