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    Israel mostra suposto arsenal iraniano encontrado no mar Vermelho

    DIOGO BERCITO
    ENVIADO ESPECIAL A EILAT

    10/03/2014 10h28

    As Forças de Defesa de Israel expuseram à imprensa, hoje, o arsenal encontrado na quarta-feira no mar Vermelho, sugerindo um plano iraniano para enviar o armamento até a faixa de Gaza.

    O Exército espalhou diante da costa -contraposta pelas montanhas jordanianas, ao fundo- os 40 foguetes M-302 e os 181 morteiros tomados em um navio interceptado, além de 400 mil projéteis.

    Também estavam expostos na base, na região fronteiriça com a Jordânia e próxima à Arábia Saudita, os sacos de cimento "made in Iran" que têm servido ao governo israelense como evidência da origem das armas.

    Diogo Bercito/Folhapress
    Armamento supostamente iraniano apreendido por Israel no mar Vermelho
    Armamento supostamente iraniano apreendido por Israel no mar Vermelho

    Segundo analistas, a divulgação dos foguetes e de seu disfarce serve, também, como maneira de convencer a imprensa e a opinião internacional da veracidade da operação militar, questionada durante a semana. As evidências conclusivas, que teriam levado o governo a autorizar a missão, são de escopo de Inteligência e não podem, assim, ser divulgadas.

    "Alguns se sentem desconfortáveis que mostremos o que está realmente acontecendo no Irã. Por trás dos falsos sorrisos, eles alimentam a ilusão de que o Irã mudou de curso, mas os fatos mostram o oposto", disse o primeiro-ministro de Isreal, Binyamin Netanyahu.

    "Nas próximas caixas o Irã poderia enviar armas nucleares a qualquer porto do mundo", acrescentou Netanyahu.

    "Alguns se sentem desconfortáveis que mostremos o que está realmente acontecendo no Irã. Por trás dos falsos sorrisos, eles alimentam a ilusão de que o Irã mudou de curso, mas os fatos mostram o oposto."

    "Nas próximas caixas o Irã poderia enviar armas nucleares a qualquer porto do mundo."

    "Apesar de haver respostas, essas questões não podem ser respondidas", afirma à Folha Reuven Ben-Shalom, ex-militar que participou de operações semelhantes no passado."É um extenso trabalho de Inteligência."

    A amplitude da missão deixa evidente, também, a capacidade de monitoramento israelense. De acordo com as Forças de Defesa de Israel, o carregamento iraniano vinha sendo monitorado "há vários meses". Imagens do aeroporto de Damasco foram entregues à imprensa.

    "Estamos expondo o Irã", diz Ben-Shalom, "mas mostramos também, assim, as nossas habilidades de Inteligência e o quanto podemos cooperar com as agências internacionais. Israel teve amparo americano na operação.

    TESE

    A tese israelense é de que os 40 mísseis M-302 foram produzidos em Damasco e enviados para Teerã, de onde foram encaminhados até o porto de Bandar Abbas.

    Dali, o carregamento seguiu para o porto iraquiano de Umm Qasr, onde foi camuflado em sacos de cimento. Por fim, o navio rumou ao Sudão, antes do que foi interceptado. O destino das armas era a faixa de Gaza, hoje controlada pelo Hamas.

    A teoria é, porém, contestada. O Irã e o Hamas negam. Além disso, o trajeto por meio do deserto do Sinai, no Egito, é fortemente vigiado -e os túneis de contrabando foram quase todos
    destruídos, no último ano.

    Caso os mísseis M-302 tivessem de fato chegado a Gaza, porém, o armamento representaria um drástico aumento nas capacidades bélicas da facção Hamas.

    O M-302 tem alcance de entre 100 e 200 quilômetros. Mesmo em sua menor potência, o míssil ameaçaria uma grande parte de Israel, com milhões de civis sob risco.

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