A Embaixada do Brasil em La Paz (Bolívia) confirmou ontem (12) em um comunicado que Marcelo Ricardo Soza Alvarez, ex-promotor do caso conhecido no país como "Terrorismo", ingressou em território brasileiro anteontem com um pedido de refúgio.

O pedido será analisado pelo Comitê Nacional de Refugiados (Conare).

Soza investigava um suposto grupo terrorista que teria planejado um atentado contra o presidente Evo Morales. Três membros do grupo foram mortos numa operação policial em Santa Cruz de la Sierra, em abril de 2009.

Soza renunciou ao caso há um ano, quando surgiram gravações nas quais ele denunciava supostos casos de corrupção na Justiça. A Promotoria processou-o por descumprimento de deveres, e ele se dizia perseguido pelo governo Evo Morales.

Otto Richter, advogado de um dos acusados, mostrou uma carta em que Soza relata que "autoridades do governo me pediram que fizesse investigações que violavam os direitos das pessoas".

Ontem, Evo tachou Soza de corrupto e delinquente. "Todos os que fogem do país são delinquentes confessos."

O caso lembra o do senador boliviano Roger Pinto, que fugiu para o Brasil também se dizendo perseguido.