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    Malásia nega que manchas de satélite chinês sejam destroços de avião

    DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

    13/03/2014 12h26

    O governo da Malásia negou nesta quinta-feira que as manchas encontradas por um satélite chinês sejam destroços do Boeing 777 da Malaysia Airlines, que desapareceu no último sábado (8) quando seguia de Kuala Lumpur para Pequim.

    O anúncio aumenta o mistério e a confusão de informações sobre o sumiço, o que provoca a irritação das autoridades chinesas, dos parentes dos passageiros e de alguns dos 12 países envolvidos nas buscas pela aeronave.

    Reprodução/BBC
    Foto divulgadas por órgão chinês que mostra objeto flutuando no mar
    Foto divulgadas por órgão chinês que mostra objeto flutuando no mar

    As manchas foram reveladas na manhã de hoje (noite de quarta em Brasília) pelas autoridades chinesas. Em entrevista coletiva, o ministro de Transporte da Malásia, Hishammuddin Hussein, informou que os aviões da Força Aérea enviados ao local não encontraram nenhum vestígio da aeronave.

    O ministro disse ainda que, depois da busca, a embaixada chinesa no país enviou uma nota ao governo malasiano afirmando que as imagens foram divulgadas por engano. Pequim ainda não comentou sobre o comunicado.

    Hussein afirmou também não ter provas de que o jato continuou a transmitir detalhes técnicos após perder o contato com o tráfego aéreo. Mais cedo, o jornal americano "The Wall Street Journal" informou que o avião transmitiu esses dados por cinco horas após o último contato com o tráfego aéreo.

    A publicação afirma que, com isso, a aeronave poderia ter passado próximo à fronteira do Paquistão, em uma área a mais de 2.000 km do local onde fez a última comunicação, baseado em informações colhidas pela Rolls Royce, fabricante das turbinas, e entregues a investigadores americanos.

    O ministro diz que tanto a Rolls Royce quanto a Boeing, fabricante do avião, afirmam que o última informação foi transmitida à 1h07 local (14h07 em Brasília), 23 minutos antes do último contato dos pilotos com o tráfego aéreo. As duas empresas ainda não comentaram sobre a reportagem.

    Segundo o governo malasiano, as buscas foram expandidas para o mar de Andaman, ao oeste da Malásia, um dos locais para onde se acredita que o avião tenha ido. A outra hipótese analisada pelas autoridades é que ele tenha caído no golfo da Tailândia, local do último contato.

    Os investigadores não descartaram nenhuma causa para o desaparecimento do avião. Analistas dizem que pode ter ocorrido uma pane elétrica extensa ou que um dos pilotos ou passageiros tenha desligado o transponder, aparelho que detecta a aeronave no ar.

    CONFUSÃO

    A falta de informações conclusivas e os vários desmentidos da Malásia aumentam o mistério e a confusão sobre o desaparecimento. Isso provocou a irritação das autoridades chinesas e dos familiares dos passageiros, que insultaram e jogaram garrafas de água contra a equipe malasiana durante entrevista em Pequim.

    O chefe da Autoridade de Aviação Civil chinesa, Li Jiaxiang, mostrou sua impaciência com os malasianos e voltou a pedir que as buscas se acelerem. "Esperamos que a divulgação de informações feita pela Malásia seja mais cuidadosa", disse.

    A série de confusões começou no domingo (9), quando as autoridades disseram que seis passageiros não haviam embarcado, quando na verdade eram apenas quatro.

    Na segunda (10), o ministro dos Transportes disse que dois passageiros que usaram passaporte falso se pareciam com o jogador italiano Mario Balotelli, negro de origem africana.

    No dia seguinte, foi divulgado que ambos eram iranianos, com uma nova gafe: as fotos mostradas exibiam os suspeitos com as pernas iguais, no que a polícia disse ser depois um erro ao copiar as imagens.

    "As autoridades malasianas merecem ser criticadas. A forma como eles lidaram com as informações foi atroz", diz Ernest Bower, especialista em Sudeste Asiático do Centro para Estratégia e Estudos Internacionais em Washington.

    Alex Argozino/Editoria de Arte/Folhapress

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