O governo afegão acusou abertamente nesta terça-feira os serviços secretos paquistaneses de envolvimento na preparação do atentado contra o hotel Serena de Cabul, que deixou nove mortos, incluindo um jornalista da AFP.

"A investigação realizada após o dramático incidente revelou que os serviços secretos paquistaneses estavam envolvidos na preparação do atentado", afirmam os serviços secretos afegãos (NDS) em um comunicado.

A presidência afegã já havia acusado no domingo os "serviços secretos estrangeiros" de estarem por trás deste ataque, sem citar diretamente o Paquistão.

O Conselho Nacional de Segurança (NSC) afegão, presidido pelo presidente Hamid Karzai, também garantiu que um diplomata paquistanês foi visto filmando os corredores do hotel antes do ataque realizado na noite de quinta-feira por quatro homens armados.

A porta-voz do ministério das Relações Exteriores paquistanesa, Tasnim Aslam, rejeitou na segunda-feira estas insinuações.

"É muito perturbador ver que o Paquistão é alvo de tentativas que buscam envolvê-lo neste ato de terrorismo", declarou.

O governo afegão acusa regularmente o Paquistão, que foi o primeiro apoio dos talebans quando estiveram no poder (1996-2001) e onde muitos deles se refugiaram após a queda de seu regime, de apoiar sua atual rebelião para defender seus interesses estratégicos na região, o que Islamabad nega.

Nove pessoas morreram no atentado da noite de quinta-feira contra o hotel Serena, o mais luxuoso de Cabul, entre elas duas canadenses que trabalhavam para a fundação Agha Khan e um ex-diplomata paraguaio do organismo americano NDI, Luis María Duarte, assim como o jornalista da AFP Sardar Ahmad, sua esposa e dois de seus filhos.